Relembre o caso das joias sauditas
A PF fez o pedido de indiciamento de Bolsonaro e de outras 11 pessoas no inquérito sobre as joias doadas pelo governo da Arábia Saudita ao Brasil
A Polícia Federal pediu nesta quinta-feira, 4, o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 11 pessoas no inquérito das joias sauditas. As suspeitas vieram à tona em março de 2023, a partir de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo.
Entre outras informações, o jornal revelou que a Receita Federal reteve, em 2021, um estojo feminino com joias Chopard que teria sido enviado pelo governo da Arábia Saudita à primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No mesmo mês, a PF abriu um inquérito para apurar a movimentação das joias.
O estojo estava na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que havia voltado de uma viagem oficial à Arábia Saudita. O assessor não declarou os bens ao chegar ao Brasil.
Depois desse caso, a polícia passou a investigar também a movimentação de um kit masculino da Chopard (incluindo caneta, anel, abotoaduras, rosário árabe e relógio); dois relógios (um da marca suíça Rolex, acompanhado por joias, e outro da marca suíça Patek Philippe) e duas esculturas folheadas a ouro.
Em abril, Jair Bolsonaro e Mauro Cesar Barbosa Cid já haviam prestado depoimento à PF sobre as joias. Em 11 de agosto, em outra etapa da investigação, a PF conduziu a operação Lucas 12:2, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A operação atingiu integrantes do núcleo mais próximo do governo Bolsonaro — Mauro Cesar Barbosa Cid; Mauro Cesar Lourena Cid; Frederick Wassef e Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército — um mês depois de o ex-presidente ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ficar inelegível por oito anos.
Pedidos de indiciamento
Entre outros pontos, a PF pediu o indiciamento de Bolsonaro pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. Agora, o caso segue para as mãos do ministro relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, e para a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A defesa do ex-presidente informou que não irá se manifestar neste momento, pois ainda não teve o acesso as detalhes das investigações. No documento, a PF pede o indiciamento de dois ex-ministros do governo Bolsonaro e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens. Veja a lista completa:
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, ex-ministro de Minas e Energia;
- Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social de Bolsonaro;
- Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;
- José Roberto Bueno Junior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia;
- Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal;
- Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do setor de presentes durante o governo Bolsonaro;
- Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia;
- Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Mauro Cesar Lourena Cid, general do Exército e pai de Mauro Cid;
- Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
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