Relatório parlamentar sobre compra de respiradores por governo Doria sugere processo inconsistente e direcionamento
Relatório de um grupo parlamentar que investiga a compra de 3 mil respiradores chineses pelo governo de João Doria aponta uma série de inconsistências no negócio e possível direcionamento para a empresa Hichens, representada pelo grego Basile Pantazis - alvo de reportagem da Crusoé. Segundo o documento, obtido por O Antagonista, no processo de compra do equipamento as únicas propostas que atenderam a necessidade do Estado de São Paulo foram as das empresas Hichens e Seal - mencionada uma única vez...
Relatório de um grupo parlamentar que investiga a compra de 3 mil respiradores chineses pelo governo de João Doria aponta uma série de inconsistências no negócio e possível direcionamento para a empresa Hichens, representada pelo grego Basile Pantazis – alvo de reportagem da Crusoé.
Segundo o documento, obtido por O Antagonista, no processo de compra do equipamento as únicas propostas que atenderam a necessidade do Estado de São Paulo foram as das empresas Hichens e Seal – mencionada uma única vez.
“Considerando não constar data ou qualquer tipo de fonte, não há como saber quando essas propostas foram apresentadas, se foram colhidas de forma pública e quais os critérios utilizados para se chegar a tais empresas”, diz o relatório.
No mesmo documento, há troca de e-mails entre o presidente da Invest SP, Wilson Mello Neto, e o chefe do escritório da agência de fomento na China, José Mario Moccia Antunes, com descrição do mercado privado de respiradores e logística.
Consta dos autos, ainda, e-mail do diretor da Hichens, Sr. Fabiano Kempfer, encaminhando cronograma de embarque dos 3 mil ventiladores. Além de uma manifestação de Wilson Mello, datada de 10 de abril, “alegando ter a empresa Hichens Harrison forte experiência no comércio internacional e que seu sócio proprietário, Sr. Pedro Moreira Leite, goza de reconhecida experiência em comércio exterior”.
No documento, ele afirma que a participação da Invest SP no processo se deu “pelo seu papel de interlocução com o setor privado e, nesse caso especialmente, pela existência de filial em Xangai”.
Em nota, a Secretária Estadual da Saude informou que “tem prestado todos os esclarecimentos ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas (TCE) do Estado sobre a aquisição de três mil respiradores da China”.
“A compra seguiu trâmites legais respeitando a Lei 13.979 de compras emergenciais do Covid. Todo o processo de aquisição com a repactuação para 1.280 aparelhos também já foi enviado aos referidos órgãos.
O governo de São Paulo notificou a empresa pelo atraso no cumprimento do cronograma e tomou todas as medidas legais e administrativas caso o fornecedor não cumpra prazos e qualidade técnica dos produtos.
Quanto ao dito relatório parlamentar, a administração de São Paulo desconhece o mesmo, mas está disposta a fornecer todas as informações necessárias. É preciso diferenciar o que é apuração técnica daquilo que é oportunismo político.
São Paulo distribuiu mais de 1.600 respiradores aos hospitais estaduais e municipais somente nos últimos 30 dias. Só ontem, dia 5 de junto, o
governo do Estado de São Paulo recebeu um lote de 650 novos respiradores importados da Turquia.”
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