Relatório da PF vincula Tiü França à trama golpista
O documento indica que a profusão de discursos radicais nas redes inflamou parte da população, culminando nas explosões de 13 de novembro de 2024
O relatório de 884 páginas da Polícia Federal sobre o suposto golpe de Estado vinculou oficialmente a detonação de artefatos explosivos na Praça dos Três Poderes, em 13 de novembro de 2024, provocada por Francisco Wanderley Luiz, o Tiü França, à trama golpista atribuída a Jair Bolsonaro.
O documento, assinado pelos delegados Rodrigo Morais, Luciana Caires, Fabio Shor e Elias Milhomens, indica que a profusão de discursos radicais nas redes inflamou parte da população, culminando nos atos de 8 de janeiro de 2023 e nas explosões de novembro de 2024.
“Tal conjuntura propiciou as ações violentas presenciadas na capital Federal nos dias 12 de dezembro de 2022, 24 de dezembro de 2022 e principalmente no dia 08 de janeiro de 2023, quando foi deflagrada as ações violentas contra as sedes dos poderes constituídos com o objetivo de cooptar a adesão das Forças Armadas para consumar o Golpe de Estado. Esse método de ataques sistemáticos aos valores mais caros do Estado Democrático de Direito criou o ambiente propício para o florescimento de um radicalismo que, conforme exposto, culminou nos atos do dia 08 de janeiro de 2023, mas que ainda se encontra em estado de latência em parcela da sociedade, exemplificado no atentado bomba ocorrido na data de 13 de novembro de 2024 na cidade de Brasília/DF“, afirmou o relatório.
Por que a consumação do golpe não ocorreu?
“A consumação do golpe de Estado perpetrado pela organização criminosa não ocorreu, apesar da continuidade dos atos para conclusão da ruptura institucional, por circunstâncias alheias à vontade do então presidente da República JAIR BOLSONARO, no caso, a posição inequívoca, dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, general de Exército FREIRE GOMES e Tenente Brigadeiro do Ar CARLOS DE ALMEIDA BAPTISTA JUNIOR, e da maioria do Alto Comando do Exército, de permanecerem fiéis aos valores que regem o Estado Democrático de Direito, não cedendo às pressões golpistas”, continuou.
Embora tenham sido citadas no relatório, as explosões registradas em Brasília continuam sob investigação.
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