Relator pede “censura verbal” a deputado que arrancou cartaz sobre racismo na polícia
O deputado federal João Marcelo Souza (MDB-MA), relator no Conselho de Ética da representação contra Coronel Tadeu (PSL-SP), pediu nesta terça (15) "censura verbal" ao colega por arrancar e danificar um cartaz sobre racismo - dentro da Câmara...
O deputado federal João Marcelo Souza (MDB-MA), relator no Conselho de Ética da representação contra Coronel Tadeu (PSL-SP), pediu nesta terça (15) “censura verbal” ao colega por arrancar e danificar um cartaz sobre racismo – dentro da Câmara.
Depois da leitura do voto de Souza (na imagem abaixo), vários deputados pediram vista, entre eles Soraya Manato (PSL-ES) e Ivan Valente (PSOL-SP). Por isso, o parecer de Souza não será votado hoje. A reunião foi encerrada.
Em novembro de 2019, Tadeu arrancou, quebrou e pisoteou – dentro da Câmara – em um cartaz com o título ‘Genocídio da População Negra’ e um cartum de Carlos Latuff. O ataque foi registrado em vídeos, um deles do próprio deputado. Logo depois de danificar o cartaz, Tadeu celebrou o feito com o colega Daniel Silveira (PSL-RJ).
Em fevereiro deste ano, o Conselho de Ética já havia aprovado, por 11 votos a 6, o parecer preliminar de Souza, pela admissibilidade do processo.
A representação contra Tadeu foi assinada pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, ainda em novembro de 2019.
O texto condena o comportamento de Tadeu: “[T]rata-se de ato de extrema gravidade e que reforça as estatísticas de uma cultura racista e de violência diária contra a população negra, conforme demonstram dados da própria exposição. Vale lembrar que o representado também é policial militar, e essa agressão, realizada contra uma charge exposta no Congresso Nacional e que denuncia a violência policial, provoca a reflexão sobre o simbolismo de tal conduta (…)”.
Em fevereiro deste ano, Tadeu se disse “arrependido” ao Conselho de Ética: “Tamanha foi a minha impetuosidade naquele dia (…) “Por que um policial não erraria? Agora dizer que um policial militar é genocida de pessoa negra… Nobre relator, aquilo mexeu”.
Coronel Tadeu compareceu à sessão de hoje, por videoconferência, mas não quis apresentar nova defesa ao conselho.
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