Reações nos bastidores da CPI: “muito estranho” e “vamos pegá-lo”
Senadores da CPI da Covid estão achando tudo muito estranho no depoimento de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, um policial militar em Minas Gerais que também é representante comercial da vendedora de vacinas Davati Medical Supply. Como noticiamos, Dominguetti apresentou um áudio, ainda fora de contexto, a partir do qual acusa o deputado federal Luis Miranda (DEM)...
Senadores da CPI da Covid estão achando tudo muito estranho no depoimento de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, um policial militar em Minas Gerais que também é representante comercial da vendedora de vacinas Davati Medical Supply.
Como noticiamos, Dominguetti apresentou um áudio, ainda fora de contexto, a partir do qual acusa o deputado federal Luis Miranda (DEM) de ter se oferecido para intermediar contratos de vacinas no Ministério da Saúde.
No áudio, que ele divulgou aos senadores, Miranda não fala em vacinas. O deputado, que denunciou o esquema da Covaxin, já deu uma entrevista coletiva afirmando que não fala com Dominguetti desde outubro de 2020 e que o áudio apresentado está editado.
“Negociação desse áudio trata-se de luvas para o mercado americano. Por azar dele, ele coloca o áudio que diz ali claramente que as empresas eram americanas, fornecimento em restaurantes. Nos Estados Unidos, no início da pandemia, uma das obrigações eram que todos os estabelecimentos comerciais estivessem usando luvas e teve um momento em que faltou esse material. A minha empresa, desde quando estava lá, era especialista em buscar soluções do mundo inteiro e foi isso que fizemos naquele momento.”
Miranda, como já registramos, afirmou também que vai pedir a prisão “desse cara” e atacou: “Ele está plantado aí dentro. Ele é um ‘cavalo de Troia’. Ele vai mentir do início até o fim”.
Nos bastidores, alguns senadores da CPI já concordam com Miranda.
“Tudo muito estranho”, afirmou um senador, em reservado. “Mas vamos pegá-lo daqui a pouco”, disse outro titular da comissão.
Dominguetti foi convidado a depor na CPI depois de uma entrevista à Folha de S. Paulo na qual ele relatou suposta oferta de propina de um dólar por dose para fechar contrato da compra de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.
Inicialmente, o depoimento de hoje seria o do empresário Francisco Maximiano, da Precisa Medicamentos, representante da Covaxin no Brasil. A mudança no cronograma, na noite de ontem, querendo ou não, ajudou a tirar o foco daquele que, até aqui, parece ser o escândalo com o maior número de indícios consistentes e que foi revelado por Luis Miranda e o seu irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde.
Antes do início da sessão de hoje, senadores da CPI já tinham sido alertados de que o tal representante e policial militar que depõe hoje poderia ter relações com o bolsonarismo.
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