Ramagem na mira da PF novamente
Deputado é investigado por suposta associação ao ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi intimado pela Polícia Federal para prestar depoimento nesta terça-feira,04. A PF quer ouvir Ramagem no âmbito do inquérito que investiga suposta associação com o ex-presidente Jair Bolsonaro para impedir a posse do presidente Lula e instaurar um golpe de Estado.
O depoimento de Ramagem faz parte da fase final do inquérito, oferecendo a chance para os envolvidos apresentarem suas versões e defesas. Dados sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramento de autoridades foram anexados a essa investigação. Ramagem chefiava a Abin durante o governo de Jair Bolsonaro e também é investigado por suposta espionagem a políticos.
Na quarta-feira,6, investigadores devem ouvir um general e alguns coronéis que ainda não prestaram depoimento. Esses novos interrogatórios foram agendados pela Polícia Federal com base em provas que sugerem uma possível ligação entre o uso da Abin e a suposta tentativa de golpe de Estado. Duas investigações seguem, paralelamente, sobre os casos, ambas tendo Ramagem como figura de relevância no cenário.
A expectativa é que a PF encerre o inquérito ainda este mês.
Quem é Ramagem
O deputado disputou a prefeitura do Rio de Janeiro, mas não conseguiu vencer a eleição, que terminou com Eduardo Paes (PSD) reeleito para o cargo.
Desde que se tornou alvo da Polícia Federal, o deputado Alexandre Ramagem cumpre atuação discreta na Câmara e evita declarações à imprensa. Procurada por O Antagonista, a assessoria do parlamentar afirmou que não vai enviar nota ou se manifestar sobre as investigações.
Ramagem atuou como delegado da Polícia Federal (PF) e foi indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para chefiar a instituição, mas sua posse foi impedida por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Em 2022, ele foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro.
Ele ingressou na PF como delegado em 2005 e assumiu a responsabilidade pela segurança de Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, após o atentado a faca em Juiz de Fora (MG). Desde então, estabeleceu uma amizade próxima com a família do presidente. Sua gestão à frente da Abin ocorreu de julho de 2019 até março de 2022.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)