Ramagem diz que não tinha “missão específica” e nega “intimidade” com família Bolsonaro
Em seu depoimento ontem, Alexandre Ramagem disse que foi indicado por Jair Bolsonaro para o cargo de diretor-geral da PF em função da "confiança" que o presidente tem em seu trabalho -- mas garantiu que Bolsonaro não lhe repassou nenhuma "missão específica"...
Em seu depoimento ontem, Alexandre Ramagem disse que foi indicado por Jair Bolsonaro para o cargo de diretor-geral da PF em função da “confiança” que o presidente tem em seu trabalho — mas garantiu que Bolsonaro não lhe repassou nenhuma “missão específica”.
Ramagem prestou depoimento no âmbito do inquérito que apura se Bolsonaro tentou interferir na PF. Ele chegou a ser nomeado para comandar a corporação, mas teve a posse barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“Não havia missão específica, […] mas de cumprimento da gestão do Departamento de Polícia Federal da melhor forma possível”, afirmou o diretor-geral da Abin.
O delegado afirmou ainda que “o Presidente da República nunca chegou a conversar, sob a forma de intromissão, sobre investigações específicas da Polícia Federal que pudessem, de alguma forma, atingir pessoas a ele ligadas”.
“Na verdade, conversas sobre investigações giravam em torno de assuntos de Polícia Judiciária que já estavam públicos, abrangendo questões gerais sobre operações.”
Ainda em seu depoimento, Ramagem afirmou que não tem “intimidade pessoal” nem “amizade com os filhos do presidente” — mas goza de “consideração, respeito e apreço” da família Bolsonaro “pelos trabalhos realizados e pela confiança do Presidente da República”.
Sobre a famosa foto em que aparece ao lado de Carlos Bolsonaro, o 02, em uma festa de Réveillon, Ramagem disse que na imagem “encontravam-se apenas o vereador Carlos Bolsonaro, seu primo, três policiais da segurança do presidente e suas esposas”, e que “esta confraternização não foi uma festa, porque os policiais estariam muito cedo prontos para o trabalho”.
“O vereador Carlos Bolsonaro passou no local para saudar os policiais pelo trabalho executado, pois no dia seguinte se encerraria a segurança provida pela Polícia Federal com a transmissão do trabalho para o Gabinete de Segurança Institucional, GSI”, completou.
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