O PSB talvez seja hoje o partido mais rachado na disputa pela presidência da Câmara.

O presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, garantiu ontem o apoio público formal da sigla a Baleia Rossi (MDB), mas pelo menos 15 deputados socialistas teriam feito o compromisso de votar em Arthur Lira (Progressistas).

Os dissidentes cobram do líder, Alessandro Molon, uma reunião para tratar exclusivamente do assunto — segundo esse grupo, tal encontro nunca ocorreu desde o início das negociações, ainda no ano passado. Lira já disse que tem apoio garantido da maioria do PSB; Siqueira rebate acusando-o de “blefe”.

Para peitar Carlos Siqueira, os socialistas que estão fechados com Lira ameaçam lançar uma candidatura própria do partido, para evitar o carimbo da sigla no apoio a Baleia. Os nomes colocados nos bastidores são o de Júlio Delgado, de Minas Gerais, e Felipe Carreras, de Pernambuco. O grupo também toparia uma eventual e improvável candidatura do próprio Molon.

Enquanto isso, Siqueira está disparando ligações para os deputados, alegando que Lira é “o candidato do atraso” e “o candidato de Bolsonaro”. O presidente partidário tem ouvido que Baleia “também é governista” e ajudou a aprovar, por exemplo, as reformas trabalhista e previdenciária — o PSB chegou a punir parlamentares que votaram a favor dessas pautas.