Rachadinha está entre atos de corrupção mais repudiados, diz pesquisa
Contratação de funcionários fantasma foi considerada a prática mais repudiada; rachadinha ficou em terceiro lugar
Funcionários fantasma e rachadinha estão entre os atos de corrupção mais repudiados pelo eleitorado brasileiro, apontou pesquisa do Instituto Não Aceito Corrupção divulgada nesta segunda-feira, 24 de junho.
Os pesquisadores apresentaram aos entrevistados 21 cenários diferentes de práticas que configuram crime de corrupção.
Esses tiveram que dar uma nota de 1 a 7 para cada cenário. Quanto maior o valor, mais aceitável é considerado o ato.
A contratação de funcionários fantasma foi considerada a prática mais repudiada. Ela teve uma pontuação média de 1,2. Ela configura crime de peculato.
A rachadinha está em terceiro lugar, com pontuação média de 1,4. Ela também é classificada como crime de peculato.
Em segundo lugar, ficou a falsificação de documentos, ou falsidade ideológica, com pontuação média de 1,3.
O cenário considerado o mais aceitável, por mais de dois pontos de diferença, foi o relaxamento de multa de trânsito “por julgar que se trata de uma situação de emergência”.
A pontuação média desse ato, que configura crime de prevaricação, foi de 5,2.
O Instituto Não Aceito Corrupção entrevistou 2026 eleitores, com idades entre 16 e 75 anos, de diferentes regiões, classes sociais e gêneros.
O que aconteceu com a denúncia de rachadinha contra o Janones?
A oposição ao governo Lula vai recorrer da decisão do Conselho de Ética da Casa e pretende levar para plenário a análise do parecer que pede a cassação de mandato do deputado federal André Janones (Avante; foto) por quebra de decoro parlamentar.
Em 5 de junho, o colegiado decidiu arquivar a acusação de rachadinha contra o deputado federal. O parecer do relator Guilherme Boulos (PSOL-SP), que votou pelo arquivamento do caso sob a alegação de que o aliado foi gravado sugerindo o esquema a funcionários quando ainda não estava em vigor seu atual mandato, foi apoiado por 12 deputados — apenas cinco votaram contra.
Nesta segunda-feira, 24, os deputados de oposição protocolaram um recurso à mesa diretora para que o caso seja analisado diretamente em plenário. Para que uma decisão do conselho de ética seja julgada por todos os deputados, é necessário se apresentar uma petição com pelo menos 52 assinaturas. A bancada bolsonarista conseguiu 62.
Agora caberá ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidir quando ele pautará o recurso da oposição. O rito é inédito e não há qualquer indicativo de que Lira irá abordar esse assunto em um futuro próximo.
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