‘Queremos tirar o BC da cena política’, diz Campos Neto
O presidente da autarquia garantiu fazer transição a Galípolo a partir do princípio da autonomia
Na semana em que defendeu a importância de uma reforma administrativa para a redução da taxa de juros, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse querer tirar a autarquia “da cena política, do ruído político”. A afirmação foi feita nesta quarta, 23, durante reunião em Washington, nos Estados Unidos.
Campos Neto destacou que a ideia dele, nos últimos meses de seu mandato, é fazer uma transição ao atual diretor de Política Monetária do BC e próximo presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, visando o príncipio da autonomia.
“Por isso buscamos fazer a transição do Gabriel [Galípolo] da melhor maneira possível. Todos precisam entender que queremos tirar o Banco Central da cena política, do ruído político“, disse.
Galípolo foi indicado por Lula para presidir o BC a partir do ano que vem, quando termina o mandato de Campos Neto. O nome foi aprovado depois de uma sabatina de quatro horas, feita pelo Senado Federal neste mês de outubro, por 66 votos a favor contra 5 contrários.
O futuro presidente da autarquia prometeu exercer o cargo com autonomia e ratificou que Lula garantiu liberdade desempenhar a função:
“Além de renovar aqui, publicamente, o compromisso com essas diretrizes, eu quero dizer que o privilégio de ser indicado para presidir o Banco Central do Brasil exorbita diante da possibilidade de exercer essa função em condições coerentes com as convicções que me inclinaram, há mais de 25 anos, a estudar economia. Eu sempre encontrei sentido e motivação para estudar economia na afirmação de um economista inglês do começo do século passado, que dizia: ‘A economia é a ciência que cuida de melhorar a vida da mulher e do homem comuns’. Essa é a função, esse é o sentido da economia”, disse o próximo presidente do BC.
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