Quem vai apresentar o recurso pela cassação de Moro?
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) publicará nesta quinta-feira, 18, o acórdão do julgamento que absolveu o senador Sergio Moro
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) publicará nesta quinta-feira, 18, o acórdão do julgamento que absolveu o senador Sergio Moro (União-PR), abrindo um prazo de três dias para que PT, PL e o Ministério Público Eleitoral possam recorrer da decisão, registrou O Globo.
O período para a apresentação dos recursos começará a contar a partir de sexta-feira, 19, um dia depois da publicação do acórdão (espécie de resumo do julgamento, com os votos dos desembargadores) no Diário da Justiça Eletrônico.
Como o prazo de três dias corridos termina no domingo, 21, ele será prorrogado até segunda-feira, 22, próximo dia útil.
O PL vai recorrer da absolvição de Moro?
Enquanto o recurso do PT é dado como certo, o PL virou tema de discussão na cúpula do partido.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a defender que seu partido, o PL, desista de levar adiante a ofensiva jurídica pela cassação de Moro. Ao Globo, o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o PL ‘não deve se igualar’ ao PT, embora os dois partidos tenham se igualado faz tempo.
“Então (a insistência em entrar com recurso pela cassação de Moro) passa a impressão de algum fato estranho, que ninguém sabe qual é, com essa insistência de o PL ter que recorrer a uma questão de vida ou morte, até porque o resultado na prática é indiferente, já que a ação vai subir para o TSE de qualquer forma, em função do recurso do PT. Acho que nós não temos que nos igualar ao PT nessa pauta”, disse.
Para o senador, a insistência do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em seguir com a ação em função do valor devido ao escritório de advocacia contratado para a causa, “não para de pé”.
“Isso, infelizmente, não para de pé. Isso é uma justificativa que todo mundo sabe que não existe. Com advogado, você renegocia o prazo para fazer o pagamento, honra o contrato que foi feito com esses advogados, e o PL tem condições de fazer isso”, disse Flávio.
Segundo Valdemar, o PL teria que desembolsar 1,2 milhão de reais se desistisse da causa.
A absolvição de Moro
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) absolveu o senador Sergio Moro (União-PR) no processo de cassação de mandato por abuso de poder econômico. O placar foi de 5 desembargadores eleitorais contra dois indicados de Lula, como resumiu Felipe Moura Brasil.
Apenas José Rodrigo Sade e Lucio Jacob Junior, ambos escolhidos pelo petista para participar do julgamento, acataram as alegações de PT e PL de que o ex-juiz da Lava Jato cometeu abuso de poder econômico por ter se apresentado como pré-candidato ao Palácio do Planalto e ao Senado por São Paulo antes de se eleger senador pelo Paraná.
O placar escancarou aquilo que se sabe desde que Moro se candidatou: o mundo político, e em especial os petistas, que falam tanto em amor, não perdoaram — e provavelmente nunca vão perdoar — o ex-juiz pela Operação Lava Jato.
Acusação
Seus acusadores fingem outras motivações, mas, antes mesmo de o placar cristalizar a realidade, a razão essencial transparecia nas próprias acusações, como destacou o relator do caso, Luciano Carrasco Falavinha. Moro foi acusado até de caixa 2, algo que nem os indicados por Lula ousaram endossar ao votar pela cassação.
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