Quem é Macaé Evaristo, a nova ministra dos Direitos Humanos?
Macaé foi escolhida nesta segunda-feira, 9, para substituir Silvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos, após ele ter sido alvo de denúncias sobre assédio sexual
A nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, é deputada estadual de Minas Gerais. Ela iniciou sua carreira política ao tentar se eleger para a Assembleia Legislativa em 2018, mas não conseguiu. Em 2020, ela conseguiu uma vaga na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte; em 2022, foi eleita em 2022 para o seu primeiro mandato como deputada estadual.
Ela foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária municipal (2005 a 2012) em Belo Horizonte e estadual (2015 a 2018) de Educação. Em 2013 e 2014, foi titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC).
Macaé foi escolhida nesta segunda-feira, 9, para substituir Silvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos, após ele ter sido alvo de denúncias sobre assédio sexual envolvendo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Macaé Evaristo também coordenou programas em Minas Gerais como a implantação de Escolas Indígenas, a Escola Integral no Estado, a Escola Integrada em Belo Horizonte e as cotas para ingresso de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas no ensino superior, quando esteve no Ministério da Educação.
Como caiu Silvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos?
Após um dia de denúncias sobre supostos casos de assédio sexual e moral, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado no início da noite da sexta-feira última. A decisão ocorreu após reunião ocorrida no Palácio do Planalto com o presidente Lula.
Antes de tomar uma decisão, o presidente também conversou com os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, com o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, e com o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho. A ministra Anielle Franco – Igualdade Racial – e pivô da crise também foi ouvida.
Análise – Almeida x Juscelino: o critério de Lula para demitir ministros
Como mostramos, a ONG Me Too Brasil informou ter recebido denúncias contra Almeida sobre casos de assédio sexual. Uma das vítimas, segundo o Metrópoles, seria a ministra de Igualdade Racial. Nesta sexta-feira, O Antagonista revelou com exclusividade que servidores foram coagidos a assinar um manifesto em defesa do ministro, o que se configuraria assédio moral.
Em resposta, o ministro negou as acusações. Em um primeiro momento, disse que as denúncias não passavam de uma “campanha” para afetar a sua imagem “enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público”. “As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram ‘denunciação caluniosa’. Tais difamações não encontrarão par com a realidade”, declarou Almeida.
Depois, o Ministério dos Direitos Humanos atribuiu as denúncias a uma suposta tentativa da ONG Me Too interferir em uma licitação para operar o Disque 100 – canal de denúncias sobre violência sexual envolvendo crianças e adolescentes. Depois, Almeida atribuiu por meio de interlocutores as denúncias a um fogo amigo dentro do governo Lula – desencadeado pelo ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e a própria Anielle Franco.
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