Queimadas do "amor" já atingiram 1,3 mil de hectares do Pantanal Queimadas do "amor" já atingiram 1,3 mil de hectares do Pantanal
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Queimadas do “amor” já atingiram 1,3 mil de hectares do Pantanal

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Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 06.08.2024 18:03 comentários
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Queimadas do “amor” já atingiram 1,3 mil de hectares do Pantanal

Nas últimas 24 horas, as chamas devastaram mais de 100 mil hectares no Pantanal, totalizando 8,7% do bioma afetado

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Queimadas do “amor” já atingiram 1,3 mil de hectares do Pantanal
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Pantanal enfrenta um grave aumento nas queimadas, com mais de 1,3 milhão de hectares já consumidos pelo fogo desde o início de 2024, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ). Nas últimas 24 horas, as chamas devastaram mais de 100 mil hectares, totalizando 8,7% do bioma afetado.

Na tarde de segunda-feira, 5, o Lasa-UFRJ emitiu um alerta de perigo meteorológico de fogo para a Bacia do Alto Paraguai, válido até o dia 10 de agosto.

O alerta enfatiza o risco extremo de novas ignições se transformarem em incêndios de grandes proporções, difíceis de combater até mesmo com o uso de aeronaves, devido à alta velocidade de propagação das chamas.

Impacto nas comunidades e na vida selvagem

Desde o início de agosto, imagens chocantes de céu avermelhado pelo fogo, estradas invadidas por chamas e filhotes de onça carbonizados têm circulado nas redes sociais, todas oriundas do estado do Mato Grosso do Sul. De acordo com o boletim mais recente do governo estadual sobre a operação de combate ao fogo, existem atualmente seis focos de incêndio ativos, além de duas áreas em monitoramento.

Um dos focos mais críticos está na região da Nhecolândia, no município de Corumbá, onde a velocidade de expansão das chamas, impulsionada por intensas rajadas de vento, tem dificultado os esforços de combate. A situação é particularmente grave no Parque Estadual do Rio Negro e nas áreas ribeirinhas adjacentes, que estão sob ameaça.

Na região de Albuquerque, também em Corumbá, onde chamas foram registradas alcançando a BR-262, a prioridade tem sido proteger áreas habitadas e garantir a segurança dos moradores. O fogo nesta região se espalhou para áreas próximas à Fazenda Caiman, no município de Aquidauana, onde filhotes de onça foram encontrados mortos. O governo estadual intensificou ações para proteger essa área de preservação ambiental.

Combate à queimada do “amor”no Pantanal

Para enfrentar as queimadas, uma força-tarefa com brigadistas federais e estaduais foi mobilizada, reunindo mais de 233 agentes de órgãos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, 106 militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, 34 agentes da Força Nacional de Segurança Pública, 20 do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, além de militares das Forças Armadas e da Polícia Militar estadual.

Os brigadistas estão atuando com o apoio de 23 aeronaves, sete caminhões, seis embarcações e 44 caminhonetes.

Nova legislação

Em 31 de julho, o presidente Lula sancionou a Lei 14.944/2024, que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. A legislação estabelece regras para o uso do fogo em áreas rurais e comunidades tradicionais e indígenas, promovendo a substituição gradual dessa prática por outras técnicas mais seguras e sustentáveis.

Essa medida foi seguida pelo lançamento da campanha “Fogo no Pantanal é Crime” pelo governo federal, visando conscientizar a população sobre a proibição do uso do fogo no bioma até o fim do ano. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou que quem descumprir a lei estará sujeito a multas e penas de prisão que variam de dois a quatro anos.

Após recordes de queimadas, Lula vai ao Pantanal

Em 31 de julho Lula sobrevoou a região do Pantanal, no Mato Grosso, após a região atingir recordes de queimadas. Na vista, o petista sancionou o projeto de lei que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que prevê reforço na capacidade de enfrentamento às queimadas florestais.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, de janeiro a julho deste ano, foram 4.696 focos de incêndio no Pantanal. O número é 11% superior aos 4.218 focos até julho de 2020, ainda na gestão Jair Bolsonaro, ano que registrava o valor mais elevado para este período.

O Inpe aponta ainda que o mês de junho foi o com maior número de focos até agora, com 2.639. O número é seis vezes maior do que o registrado no mesmo mês em 2020 e é o pior da série histórica para o mês — desde 1998.

Já o mês de julho de 2024, com 1.158 focos, ficou atrás apenas de julho de 2020, com 1.684, e de 2005, com 1.259. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 890 profissionais do governo federal atuam na crise do Pantanal. Além disso, são usadas 15 aeronaves e 33 embarcações.

O governo federal liberou R$137 milhões para o combate do incêndio por meio de crédito extraordinário. Desse valor, R$ 72 milhões fora para o Ministério do Meio Ambiente, R$ 38 milhões para o Ibama, R$ 34 milhões para o ICMbio e R$ 59 milhões para o Ministério da Defesa.

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