Quanto um profissional de saúde ganha por plantão?
Artigo discutindo os desafios dos profissionais de saúde que trabalham em plantão, impactos da reforma trabalhista e competição no mercado de trabalho.
Trabalhar na área da saúde é conhecido por jornadas extensas e intensa demanda, sobretudo nos plantões hospitalares. Profissionais como psicólogos, médicos e veterinários enfrentam grandes desafios relacionados à remuneração e condições de trabalho. A realidade atual é intensificada por frequentes transações entre grandes grupos hospitalares, afetando diretamente a vida desses trabalhadores.
Recentemente, especulações sobre a possível venda do Hospital da Bahia para a Rede D’Or São Luiz reacenderam debates no setor. Embora a negociação tenha sido desmentida, o caso exemplifica o ambiente dinâmico e complexo enfrentado por esses profissionais. Em cidades como Salvador, onde a Rede D’Or opera diversos hospitais, há acirrada competição, levando a uma contínua revisão das condições de contratação.
Desafios dos Profissionais de Saúde
Os profissionais de saúde lidam com uma rotina extenuante, muitas vezes recebendo remuneração que não condiz com a carga de trabalho e responsabilidade. Plantões de 12 horas são comuns para médicos, psicólogos e veterinários, mas os valores pagos por esses serviços variam amplamente, frequentemente ficando abaixo das expectativas.
Levantamentos indicam que veterinários recebem, em média, entre R$ 120 e R$ 150 por plantão de 12 horas, com casos de propostas por valores ainda menores. Médicos, que tradicionalmente têm rendimentos mais altos, também enfrentam estagnação salarial, com plantões congelados sem reajustes por anos.
Impacto da Reforma Trabalhista nos Plantões
A reforma trabalhista de 2017 trouxe grandes mudanças na contratação de profissionais de saúde no Brasil. Com a reforma, plantões passaram a ser negociados via acordos individuais, afetando diretamente a remuneração e os direitos desses profissionais. Muitos agora atuam sob o regime de pessoa jurídica, alterando proteções trabalhistas como férias e adicionais noturnos.
Essa flexibilidade pode ser problemática, pois muitos profissionais aceitam plantões com remunerações menores por necessidade, em especial recém-formados. Profissionais experientes tendem a evitar locais que oferecem condições desfavoráveis.
Por Que a Competitividade no Mercado de Saúde é Intensa?
O mercado de saúde é altamente competitivo, com grandes grupos hospitalares operando várias unidades sob a mesma bandeira. Isso limita as opções para profissionais, que frequentemente sentem-se compelidos a aceitar condições inferiores para ingressar ou permanecer no mercado.
Este modelo, combinado com a falta de ajuste nos valores dos plantões, cria uma situação em que até serviços essenciais, como urgências e emergências, são realizados sob condições financeiras insatisfatórias. A pressão é ampliada pelo impacto da pandemia de COVID-19 e a crescente demanda por atendimento especializado.
Buscando Soluções
Entidades sindicais e o governo têm promovido discussões para abordar essas questões e buscar soluções viáveis. Alguns sugerem a realização de concursos públicos para aumentar a contratação de profissionais em condições mais justas, enquanto outros advogam por um diálogo entre empregados, empregadores e governo para revisar as condições de trabalho, períodos e remunerações.
Apesar dos desafios persistentes, essas discussões são cruciais para garantir que o setor de saúde mantenha a qualidade do atendimento e ofereça condições dignas aos profissionais dedicados à saúde e ao bem-estar da população.
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