PT se divide sobre manutenção de Aras na PGR
O PT está dividido sobre a manutenção de Augusto Aras (foto) no cargo de procurador-geral da República (PGR). Para membros do partido, essa escolha é mais difícil do que a de um...
O PT está dividido sobre a manutenção de Augusto Aras (foto) no cargo de procurador-geral da República (PGR). Para membros do partido, essa escolha é mais difícil do que a de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), onde são os 11 membros.
Lula falou sobre o assunto ao blog de Daniela Lima, no G1, na manhã desta segunda-feira (31). “As pessoas podem ficar tranquilas. Eu já escolhi três procuradores-gerais da República. Vou escolher mais um, e não pensando em mim, mas na sociedade“, disse, sem dar pistas sobre quem pretende apontar.
De acordo com a reportagem, uma parte do PT é a favor da manutenção de Augusto Aras no cargo, por seu perfil “pacificador” e avesso “a ações com potencial exclusivamente midiático”. Já a ala mais à esquerda do partido diz que seria desmoralizante a recondução de Aras, por conta de sua atuação nas investigações da CPI da Covid.
Aras está em campanha aberta para seguir no cargo. Desde maio, conversa com lideranças do Congresso Nacional em busca de apoio, e tem publicado autoelogios em suas redes sociais. O procurador-geral até criou uma medalha para entregar a 11 personalidades, três delas do STF, por “relevantes e significativos serviços ao Ministério Público brasileiro”.
Lula disse recentemente, em entrevista à TV Record, que falaria com Aras antes de fazer sua escolha, mesmo tendo chamado o procurador-geral de “engavetador” durante a campanha de 2022, “Nunca conversei com o Aras pessoalmente. Possivelmente eu converse com o Aras, como vou conversar com outras pessoas”, disse o presidente.
Aras foi indicado para a PGR por Jair Bolsonaro em setembro de 2019 e reconduzido em 2021. Ficou marcado pela blindagem de Bolsonaro. Seu desempenho levou a ministra do Planejamento, Simone Tebet, a dizer na semana passada que seria decepcionante a manutenção do atual PGR.
“Se isso efetivamente acontecer, ao meu ver seria um desastre. Eu ficaria extremamente decepcionada. Fala alguém que votou, no primeiro momento na indicação de Aras, mas votou contra recondução dele justamente por eu ver que ele estava fazendo do Ministério Público – que é um órgão de fiscalização, um controle da máquina pública – subserviência e de aceno político ao presidente de plantão”, disse em entrevista à GloboNews, no último dia 26.
Lula promete a indicação do novo PGR para outubro.
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