PT sabe que vai perder espaço com a reforma ministerial
O foco do governo Lula é conquistar espaço na interlocução com partidos do centrão
O PT já admite a iminente perda de influência no governo do presidente Lula com o avanço da reforma ministerial anunciada pelo alto escalão do Planalto.
O foco do Executivo é conquistar espaço na interlocução com partidos do centrão. Segundo membros da sigla, o Executivo está disposto a entregar ao presidente da Câmara, Arhur Lira (PP-AL), o ministério da agricultura, chefiado atualmente por Carlos Fávaro (PSD).
As mudanças, que também devem afetar outros partidos da base governista, não são objeto da resistência da legenda liderada por Gleisi Hoffmann, que figura como peça importante nas negociações com outros caciques partidários.
Como mostrou O Antagonista, há entre parlamentares do partido, entusiasmo em torno da possível nomeação de Arthur Lira como ministro de Lula.
“Lira será um ótimo ministro”
O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) já conta com a articulação do alagoano em favor do governo petista após a reforma ministerial prevista pelo Planalto para este mês. “Será um ótimo ministro. Com Lira e Hugo [Motta] jogando juntos, teremos um entrosamento importante”, disse a este site.
No momento, o PT ocupa a gestão de 12 ministérios, no total de 39 pastas distribuídas na administração federal.
O partido de Lula perdeu o primeiro espaço no governo na semana passada, quando Paulo Pimenta deixou o comando da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). Para ocupar o cargo, entrou Sidônio Palmeira, marqueteiro amplamente reconhecido por sua atuação decisiva na vitória de Lula nas urnas em 2022.
Sidônio e o PT
Embora não seja filiado ao PT, Sidônio tem uma longa trajetória com a sigla, especialmente na Bahia, onde tem coordenado diversas campanhas de petistas. A troca, que já foi anunciada, sinaliza uma reconfiguração no time governamental.
A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, destacou as qualidades de Sidônio, durante entrevista recente. “Ele traz a bagagem da campanha, conhece as propostas e tem proximidade com Lula”, apontou a dirigente petista em entrevista ao Valor Ecônomico.
Além da Casa Civil, o PT comanda outras três pastas consideradas cruciais para a articulação política interna: Relações Institucionais, Secretaria-Geral da Presidência e Advocacia-Geral da União (AGU). No entanto, o partido também ocupa áreas essenciais do governo, como Fazenda, Educação, Direitos Humanos, Desenvolvimento Social, Igualdade Racial, Mulheres, Trabalho e Desenvolvimento Agrário.
Centrão é prioridade
Com a prioridade em agradar o centrão, um dos ministros que pode ser afetado pelas mudanças é o petista Alexandre Padilha, titular da pasta de Relações Institucionais e deputado federal licenciado. A avaliação política aponta que a presença do Centrão no governo pode ser ampliada, com a consecução de novas alianças políticas no cenário turbulento de Brasília.
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