PT busca uma PRF para chamar de sua
Associado ao bolsonarismo até 2022, o órgão é alvo de uma nova investida política
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), que até 2022 foi associada ao bolsonarismo, enfrenta uma nova investida política, promovida, desta vez, pelo PT, de Lula e Gleisi Hoffmann, registrou O Globo.
Segundo o jornal, a bancada do partido na Câmara dos Deputados apoia a autointitulada “ala progressista” da PRF, que acusa o diretor da corporação, Antônio Fernando Oliveira, de perseguir adversários.
Em 12 de julho, a deputada Erika Kokay (PT-DF) promoveu uma audiência pública para expor supostos casos de assédio moral e sexual ocorridos na Polícia Rodoviária Federal, convidando o corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Vinicius Behrmann Bento, para prestar esclarecimentos.
A ala dita “progressista” da PRF acusa, em troca de mensagens com parlamentares petistas, a cúpula do órgão de ainda ser vinculada aos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A influência do PT na PRF
Um levantamento realizado pelo jornal contabilizou cinco superintendentes da PRF filiados ao PT: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo.
Outros dois superintendentes, no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul, exonerados em abril e junho, também eram vinculados ao partido de Lula.
Suspeita de espionagem
A disputa entre a direção da PRF e a “ala progressista” envolveu a disseminação de um dossiê contra a cúpula e uma suspeita de espionagem.
Um dos autores do material seria, de acordo com investigação preliminar da corregedoria da PRF, o policial rodoviário federal Rafael Silva, ex-número dois da superintendência do DF. Ele é acusado de ter acessado o sistema de inteligência do órgão para pesquisar informações sobre Antônio Fernando Oliveira, em fevereiro de 2023.
A investigação foi compartilhada com a Polícia Federal.
Ex-chefe da PRF no DF é exonerado
O suposto caso de espionagem levou à exoneração de Igor Ramos (no centro da foto, de camisa branca), ex-chefe da PRF no DF, em abril.
A demissão ocorreu no mesmo mês em que ele se filiou ao PT, em evento com as deputadas federais Erika Kokay (DF) e Adriana Accorsi (GO).
A defesa de Igor Ramos e Rafael Silva afirmou que o ex-número dois da superintendência do DF fez a pesquisa a pedido do próprio diretor da PRF, que teria solicitado ajuda para emitir um passaporte.
Troca na superintendência da PRF do RS
Anderson Nunes, ex-superintendente da PRF no Rio Grande do Sul e filiado ao PT, também se indispôs com Antônio Fernando Oliveira.
Nunes, contudo, foi substituído por Fabricio Bianchi Rodrigues, que também é vinculado à legenda.
Lewandowski banca diretor da PRF no cargo
Segundo O Globo, os petistas já levaram suas queixas sobre o diretor da PRF ao ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública.
O titular da pasta, no entanto, garantiu internamente que Oliveira ficará no cargo, dizendo que não aceitará interferência política no órgão.
A disputa por poder na PRF ocorre no momento em que o ministro Ricardo Lewandowski planeja ampliar as prerrogativas da corporação, transformando-a em uma polícia com atuação ostensiva.
Caso a medida seja concretizada, PF ficará com atribuições de investigação.
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