PSOL vai pedir extinção dos kids pretos
Mauro Cid afirmou em depoimento que Braga Netto repassou dinheiro para integrante da tropa de elite do Exército em plano de golpe
A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados vai solicitar ao Ministério da Defesa a extinção do Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro, conhecido como “kids pretos”. Os parlamentares também pretendem apresentar um requerimento para obter informações detalhadas sobre as atividades e o funcionamento da unidade especial.
O pedido ocorre após a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, acusado de planejar um golpe de Estado em 2022.
Segundo investigações da Polícia Federal, os “kids pretos” estariam envolvidos em planos para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
As suspeitas contra a unidade foram reforçadas por depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que afirmou que Braga Netto entregou dinheiro ao major Rafael Martins de Oliveira, integrante dos “kids pretos”, para financiar ações golpistas.
Quem são os kids pretos?
Formados pelo Curso de Operações Especiais do Exército, os “kids pretos” são treinados para missões sigilosas em cenários hostis e politicamente sensíveis.
O apelido vem dos gorros pretos usados em operações. Suas atividades incluem contraterrorismo, guerra não convencional e reconhecimento especial.
Praça dos Três Poderes
Imagens das câmeras de segurança da Esplanada dos Ministérios e depoimentos dos vândalos presentes nos atos de 8 de janeiro de 2023 indicam que havia kids pretos em pontos estratégicos da Praça dos Três Poderes.
Segundo mensagens encontradas pela PF, os auxiliares de Bolsonaro contavam com esses militares para organizar atos, disseminar notícias falsas e planejar um golpe.
Vários desses diálogos foram encontrados no computador de Braga Netto, que foi apreendido na sede do PL.
Braga Netto e os kids pretos
Entre novembro e dezembro de 2023, Braga Netto, Rafael Martins de Oliveira e o coronel Bernardo Romão Correa Neto fizeram reuniões com kid pretos em edifícios residenciais na Asa Sul de Brasília, onde moram os militares.
Mauro Cid fez referência aos encontros em mensagens enviadas por celular.
A PF acredita que o major Rafael Martins de Oliveira era o “interlocutor” de Cid na coordenação de diversas estratégias para a execução de um possível golpe de Estado.
Imagens de segurança mostram integrantes do grupo em posições estratégicas durante os ataques. A PF suspeita que esses militares ajudaram a coordenar as ações e a organizar a logística dos invasores.
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