Protesto bloqueia nova gestão de hospital federal e ameaça colapso
Servidores impedem entrada da equipe enviada pelo Ministério da Saúde e acusam governo de "fatiamento" e "privatização" da unidade
Um protesto de servidores federais da saúde do Rio de Janeiro bloqueou, nesta terça-feira, 15, a entrada da nova equipe de gestão do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), impedindo que 80 profissionais assumissem suas funções.
Organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsprev/RJ), o ato teve início nas primeiras horas do dia, como resposta à portaria assinada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, que transfere a gestão do hospital para o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), instituição pública do Rio Grande do Sul.
A nova equipe, composta por especialistas em gestão hospitalar e infraestrutura, chegou ao hospital sob escolta da Polícia Federal, que permanece no local para garantir a segurança dos trabalhadores. No entanto, a presença policial não foi suficiente para furar o bloqueio.
Segundo Nílton Pereira Júnior, secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde, o sindicato mantém-se irredutível, mesmo diante de uma decisão judicial que garante a entrada da nova gestão. “Estamos aqui tentando negociar, mas o diálogo não avançou”, disse Pereira Júnior à Agência Brasil.
Os manifestantes criticam a decisão do governo e apontam para um possível “fatiamento” e “privatização” do hospital, que enfrenta uma grave crise. Atualmente, o HFB tem sua emergência fechada e mais de 200 leitos inoperantes, situação que, segundo o Ministério da Saúde, justifica a intervenção do GHC. Em faixas estendidas pelos grevistas, frases como “Não ao fatiamento” e “Não à privatização” expressam o descontentamento.
Do lado de fora, a equipe do GHC aguarda autorização para assumir o comando. “A imensa maioria dos funcionários apoia a mudança. Queremos reabrir a emergência e os leitos fechados, mas estamos sendo impedidos de entrar no hospital, que é público e pertence ao SUS”, argumentou o secretário.
As negociações seguem em impasse. O Sindsprev/RJ informou que está prevista uma reunião com o Ministério da Saúde nesta quarta-feira, 16, mas, até lá, os servidores prometem continuar com a vigília, bloqueando o acesso ao hospital.
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