Propaganda cinematográfica da Marinha não foi recado a Haddad?
Segundo a Marinha, vídeo que questiona privilégios dos militares foi feito para "inspirar e atrair jovens genuinamente vocacionados para a carreira naval"
A Marinha negou que a propaganda que questiona que os militares sejam privilegiados, divulgada no domingo, 1º, tenha sido feita para passar recado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em nota enviada ao Estadão, a Marinha disse que “a peça publicitária não visa dirigir eventual crítica ao conjunto de medidas relacionadas ao ajuste fiscal atualmente em discussão”.
A peça publicitária contrasta o que seria a vida boa dos civis, na praia e assistindo a jogos de futebol, com o treinamento árduo dos militares da Marinha, e termina com uma mulher perguntando: “Privilégio? Vem pra Marinha”.
Foi identificado até um sósia de Haddad na propaganda, arrastando-se na lama em uniforme camuflado (foto).
“Inspirar e atrair jovens“
Segundo a Marinha, a intenção foi “destacar e reconhecer o constante sacrifício de marinheiros e fuzileiros navais, que trabalham incansavelmente para a Defesa da Pátria e o desenvolvimento nacional, atividades essenciais para que a sociedade em geral possa desfrutar de vida mais próspera e segura”.
“A peça tem, ainda, o objetivo de inspirar e atrair jovens genuinamente vocacionados para a carreira naval, chamando atenção para a realidade da vida na Marinha, marcada por desafios e dedicação integral ao serviço”, finaliza a nota.
Mas o fato é que o vídeo foi interpretado como recado a Haddad. A Marinha já tinha protestado em comunicado contra a possibilidade de a Previdência dos militares ser incluída no pacote de corte de gastos do governo — o ministro da fazenda acabou deixando isso de fora.
“Não reflete a realidade”
O vídeo chegou a ganhar uma nota da comunidade do X, que questiona sua mensagem:
“O vídeo apresentado não reflete a realidade. Os militares da Marinha recebem benefícios e salários superiores à média da população brasileira. Por outro lado, grande parte dos brasileiros enfrenta jornadas de trabalho longas e exaustivas, com pouco tempo para descanso.”
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