Procuradora que motivou demissão coletiva na Lava Jato em SP tentou barrar novas delações
Além de tentar adiar uma operação contra José Serra, a procuradora Viviane de Oliveira Martinez indicou aos colegas da força-tarefa da Lava Jato de São Paulo que não queria abrir novas negociações para acordos de delação premiada ou de leniência nos casos investigados...
Além de tentar adiar uma operação contra José Serra, a procuradora Viviane de Oliveira Martinez indicou aos colegas da força-tarefa da Lava Jato de São Paulo que não queria abrir novas negociações para acordos de delação premiada ou de leniência nos casos investigados.
Em ofício enviado ontem a conselheiros do Ministério Público Federal, os procuradores que pediram demissão coletiva relataram que Viviane queria que isso fosse feito só depois de “solucionar os crimes e ilícitos que já foram delatados”.
“Aparentemente, a nova titular do 5º ofício nem sequer compreende o quão absurda é a condição de “zerar” notícias de ilícitos, para somente então se poder adotar providências que, a rigor, devem se pautar apenas no interesse público que o caso representa, assim como em sua relevância e em sua oportunidade”, criticaram os procuradores.
Disseram no ofício que seria absurdo “negar a sentar à mesa com um colaborador que traz notícia de crimes graves e até então desconhecidos, ao argumento de que ‘ainda há anexos de outros acordos não resolvidos'”.
“Diretriz desse tipo, se aplicada, embute o risco de minar a oportunidade do acordo, pois no futuro o pretenso colaborador pode não ter mais interesse em negociar com o Ministério Público, ficando os fatos de seu conhecimento sem o devido processamento”, afirmaram.
Eles também relataram que, mesmo sem conhecer a fundo as investigações da força-tarefa, Viviane afirmou que “concordaria prontamente com todos os declínios e arquivamentos que fossem propostos” pelos demais integrantes da força-tarefa.
“Transparecendo uma vez mais um compromisso com o enxugamento do acervo, pouco importando a relevância em si dos casos que seriam alvo de redistribuição ou, pior, de finalização.”
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