Presidente do Banco do Brasil cansou de Brasília
O Antagonista confirmou que o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, colocou o cargo à disposição de Jair Bolsonaro. Sua saída deverá ser confirmada nos próximos dias. Não há mais volta. A decisão de Brandão já foi comunicada ao padrinho de sua indicação, o ministro da Economia, Paulo Guedes...
O Antagonista confirmou que o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, colocou o cargo à disposição de Jair Bolsonaro. Sua saída deverá ser confirmada nos próximos dias. Não há mais volta.
A decisão de Brandão já foi comunicada ao padrinho de sua indicação, o ministro da Economia, Paulo Guedes. A interlocutores, o executivo financeiro que, em setembro do ano passado, deixou um cargo no HSBC em Nova York para assumir o banco admitiu ter cansado de Brasília — e deste governo. Ele não conseguia entender, por exemplo, por que tinha que desmarcar reuniões importantes de trabalho para figurar em cerimônias blasé no Palácio do Planalto, como exigia o presidente da República.
Nas últimas semanas, vinha sinalizando que não conseguiria lidar com interferências políticas em seu trabalho. Avesso a sabujices, cerimônias de beija-mão e tapinhas nas costas, Brandão queria poder tocar a agenda liberal que domina, avançando nos processos de desinvestimentos e enxugando a máquina do banco. Mas viu que não teria apoio.
Os rumores recentes de que, no Palácio do Planalto, não tinham gostado de sua decisão, em janeiro, de fechar 361 unidades e anunciar programas de demissão o fizeram ter certeza de que a prática não condiz com o que o este governo pregou para ser eleito. O gesto de colocar o cargo à disposição é uma antecipação a uma eventual demissão. Brandão tenta, assim, evitar que o banco passe por uma turbulência semelhante à da Petrobras nos últimos dias.
Considerado pelos funcionários mais sérios e experientes do banco um “excelente gestor e conhecedor da área”, Brandão fez o corpo técnico do banco rememorar o que consideram os bons tempos da gestão de Paulo Rogério Caffarelli, que, no início deste governo, deu lugar a Rubem Novaes, um amigo da família Bolsonaro que não se encaixou na função. Agora, o comando do Banco do Brasil está a depender dos caprichos de um presidente que só pensa na reeleição.
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