Presidente da vai-vai se pronuncia sobre polêmica
Vai-Vai enfrenta polêmica após usar Racionais MC's como inspiração em ensaio de Carnaval. A ala vestida de policiais provoca pedidos de bloqueio de verbas e debate sobre expressão artística. Confira!
A escola de samba paulista Vai-Vai encarou uma polêmica durante seu ensaio no último dia 18. Uma ala da escola, vestida com fantasias de policiais com chifres e asas vermelho-alaranjadas, causou desconforto e indignação. Essa caracterização se referia ao álbum “Sobrevivendo ao Inferno”, do influente grupo de rap Racionais MC’s, que retrata a violência policial com crítica aguçada.
Polêmica leva a pedidos de bloqueio de verbas públicas
Entre os descontentes com a caracterização estão diversos deputados, que solicitaram ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao prefeito Ricardo Nunes o bloqueio de verbas públicas à Vai-Vai. Essa medida seria um reflexo direto da insatisfação com a escola de samba, por considerarem que a ala em questão desfeiteou e desrespeitou a Polícia Militar.
Escola de samba defende sua posição e faz referência à cultura brasileira
Em defesa da escola e de suas escolhas criativas, o presidente da Vai-Vai, Clarício Gonçalves, declarou que se “fizer necessário uma retratação junto à PM, fará diretamente com eles, marcando uma reunião com os responsáveis“. Gonçalves ainda enfatizou que o enredo seguiu o livro de 1997 dos Racionais, ressaltando que a escola, enquanto entidade vinculada ao povo, coloca em foco a cultura e a história do Brasil, sem a intenção de afirmar posicionamentos políticos.
Essa polêmica apenas ressalta a relevância da arte como forma de expressão social e crítica, inclusive nas tradicionais festividades carnavalescas. Enquanto muitos veem na ala uma ofensa, outros enxergam exatamente o papel sociocultural que a arte deve ter: provocar reflexões, ainda que desconfortáveis.
O ensaio e a reação popular
O presidente da escola se pronunciou:
“Nós nos baseamos em livros. Tudo o que foi feito foi baseado em livros. Se eu relato um enredo e não consta um determinado item nele, levamos o famoso 9.9 ou 9.8. Em momento algum quisemos afetar a imagem da Polícia Militar. Só que o enredo tem que ser relatado do jeito que a história aconteceu”
Enquanto os debates continuam nas esferas política e social, a expectativa é de como a Vai-Vai apresentará a ala controversa no Carnaval desse ano. Independente da decisão final, discussões sobre a representatividade na arte e o papel crítico do Carnaval na sociedade brasileira foram trazidos à tona, mostrando que os desfiles são mais do que festividades e oferecem espaço para reflexões importantes.
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