Prefeito “Gambá” perde mandato, mas é reeleito dois meses depois
O prefeito não ficou inelegível pelo entendimento de que as negociações teriam ocorrido entre seu vice e o presidente da Câmara Municipal
Paulo Renato Cortelini (foto), mais conhecido como Gambá, foi eleito novamente, neste domingo, 29, prefeito de São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, menos de dois meses após perder seu mandato por uma denúncia de compra de votos nas eleições de 2020.
Em março deste ano, Cortelini foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico.
No entanto, o político não ficou inelegível, pois a inelegibilidade foi afastada pelo entendimento de que as negociações teriam ocorrido entre seu vice e o presidente da Câmara Municipal.
Quem foi acusado de compra de votos?
Os colegas de chapa de Cortellini, o vice Jeremias Oliveira (PDT) e o vereador Vasco Carvalho (MDB), presidente da Câmara, também foram cassados por compra de votos e abuso de poder nas eleições de 2020.
De acordo com o Ministério Público, o candidato a vereador Vasco Carvalho teria negociado a entrega de cestas básicas a pedido dos candidatos Cortellini e Oliveira.
Além disso, a investigação indicou provas de que Oliveira pagou empresários e custeou combustível para eleitores em troca de votos. Os políticos também teriam prometido realizar melhorias no município em troca de apoio eleitoral.
Cassação do prefeito Gambá
Após a cassação de Cortellini, a cidade de São Francisco de Assis, que conta com uma população de 17,6 mil habitantes, teve três prefeitos interinos. O vereador Ancelmo Olin (PDT) estava ocupando o cargo até então.
O prefeito lamentou a decisão do TSE e afirmou que iria recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Já Jeremias Oliveira teve seu diploma cassado e foi declarado inelegível por oito anos. Ele nega as acusações de compra de votos. Por fim, Vasco Carvalho também teve seu diploma cassado e foi considerado inelegível. Ele alega que tudo não passou de uma armação e que irá recorrer.
Eleições suplementares
Apesar da cassação do mandato, Cortelini decidiu concorrer novamente nas eleições suplementares deste domingo. Com 53,22% dos votos válidos, ele venceu o único outro candidato, Ademar Frescura, que obteve 46,8% dos votos.
O mandato de Cortelini durará até o final deste ano, quando novas eleições municipais serão realizadas em outubro.
Segundo reportagem do O Globo, a denúncia que levou à cassação do ex-prefeito envolvia a negociação da entrega de cestas básicas e outras vantagens em troca de votos. Além disso, a defesa de Cortelini negou todas as acusações feitas contra ele e seu vice.
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