PP organiza ‘dança das cadeiras’ por aprovação da anistia
União Brasil tenta esvaziar reunião da CCJ para evitar votação
Com foco no projeto de lei de anistia aos presos do 8 de Janeiro, o Progressistas (PP) articulou a troca de parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para garantir votos favoráveis à proposta relatada pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE).
O deputado bolsonarista Evair de Melo (PP-ES) confirmou a O Antagonista que assumiu posição de titular na comissão para votar a favor do projeto. No entanto, ele acredita que a articulação do União Brasil, coordenada pelo Planalto, pode esvaziar a reunião agendada para as 14h30. “Acho que não vai dar quórum, e nada em Brasília é por acaso”, afirmou.
O Antagonista apurou ainda outras movimentações no partido presidido por Ciro Nogueira (PP-PI). Veja as mudanças: Aguinaldo Ribeiro deixou a titularidade e se tornou suplente; Pedro Lupion saiu da suplência e se tornou titular, Fausto Pinato saiu da comissão, Delegado Fabio Costa entrou na comissão como titular; Dr. Remy Soares saiu da comissão como suplente, sendo substituído por Amanda Gentil.
Dança das cadeiras
As mudanças promovidas pelo partido confirmam as declarações da presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), sobre o apoio dos partidos de centro às pautas que confrontam o Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista a O Antagonista, ela afirmou que, após a decisão do STF de suspender as emendas parlamentares impositivas, os partidos de centro intensificaram o apoio a temas que envolvem questões originadas no Judiciário.
“Com o apoio dos partidos de centro, por conta das emendas, nós tivemos a felicidade de não ter a retirada de pauta desses projetos. E se continuar nesse sentido, nós acreditamos que teremos votos suficientes para aprovar. […] Já passou da hora de o Congresso Nacional se manifestar sobre os excessos e abusos do poder Judiciário, de alguns de seus membros”, ponderou.
Como mostramos, segundo apurou a Crusoé, a esquerda deve recorrer a um pedido de vista para atrasar a apreciação do tema na comissão. Isso empurraria a deliberação para outubro, depois do primeiro turno das eleições municipais.
Relatoria
O deputado Rodrigo Valadares, em uma das poucas antecipações a respeito de seu relatório, declarou à imprensa que não pretende incluir, entre os beneficiados do projeto, o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro. Uma reunião entre Bolsonaro e o parlamentar tratou de detalhes acerca do assunto.
“Foi antes da minha designação. Ele pediu para o nome dele não estar no relatório. É um achismo pessoal meu: ele não quer prejudicar os demais. Ele acredita que a inclusão do nome dele pode vir atrapalhar porque politizaria ainda mais o debate, que já é um tema muito sensível. Então é um gesto de grandeza de um líder, se sacrificando e evitando mais percalços do que o necessário”, ressaltou.
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