Portaria de Salles ‘desmontou’ ação de apreensão de gado, dizem servidores
A decisão de Ricardo Salles de transferir gabinetes do ministério para o Pará serviu para desmontar uma operação de apreensão de gado em planejamento pelo ICMBio. A informação está em nota da Associação Nacional dos Servidores Ambientais (Ascema)...
A decisão de Ricardo Salles de transferir gabinetes do ministério para o Pará serviu para desmontar uma operação de apreensão de gado em planejamento pelo ICMBio. A informação está em nota da Associação Nacional dos Servidores Ambientais (Ascema) publicada nesta quarta (12).
“[O]s servidores planejaram em detalhes a logística para a apreensão e a doação das mais de 1.000 cabeças de gado criadas ilegalmente” em uma fazenda na reserva biológica Nascentes da Serra do Cachimbo, diz a nota da associação.
“Longe dos holofotes e por debaixo dos panos, o ministro desmonta a ação dos especialistas em meio ambiente, inviabilizando a aplicação da legislação ambiental pelos Agentes de Fiscalização”, acrescentou a Ascema.
“O picadeiro armado pelo ministro busca expor aos holofotes da opinião pública os soldados da Força Nacional, seguindo as ordens do ministro para levantamentos de pátio de madeireiras e aplicação de multas de desmatamento, repaginando a estratégia fracassada de militarização da fiscalização ambiental utilizada durante as operações Verde Brasil I e II, em 2019 e 2020, obtendo como resultado o maior índice de desmatamento em 10 anos, e a maior taxa de desmatamento no mês de abril (580 km²) em toda [a] série histórica, segundo dados do DETER/INPE”.
“Solicitamos assim, mais uma vez, que o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União e demais autoridades competentes, que apurem mais essa denúncia de mau uso de recursos públicos, que jogaram no lixo meses de trabalho de inteligência, sem que ocorresse o retorno esperado: a interrupção do desmatamento e a ocupação ilegal de unidade de conservação federal, contrariando os deveres constitucionais de proteção ao meio ambiente”.
Procurado desde ontem (11) por O Antagonista, o Ministério do Meio Ambiente não informou por que realizou as transferências de gabinetes para o Pará.
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