O PT odeia Rodrigo Janot. Os blogueiros sujos odeiam Rodrigo Janot. O PMDB odeia Rodrigo Janot. Reinaldo Azevedo odeia Rodrigo Janot.

O Antagonista estima Rodrigo Janot não porque o ache ideal. De fato, ele poderia ter denunciado Delcídio Amaral e Aloizio Mercadante, como disse Eduardo Cunha. De fato, ele já deveria ter encaminhado ao STF o processo que a oposição quer abrir contra Dilma Rousseff. Mas, ao mesmo tempo, poderia ter atuado para brecar o inquérito sobre o tráfico de influência internacional de Lula em favor da Odebrecht e não o fez. Assim como jamais tentou impedir que os procuradores da Lava Jato seguissem adiante nas investigações sobre João Vaccari Neto, Renato Duque, José Dirceu e Antonio Palocci.

A nossa estima por Rodrigo Janot é aquela afeição da meia-idade sem ilusões, que se satisfaz com as qualidades do outro e releva os seus defeitos, porque sabemos que as alternativas seriam piores. Ou, mais precisamente, porque sabemos que qualquer um que venha a substituí-lo na Procuradoria Geral da República já chegará com a missão de esfriar a temperatura da Lava Jato — muito mais do que o próprio Rodrigo Janot seria capaz de fazê-lo, no caso de sua recondução ao cargo.