Por que Magno Malta foi chutado do entorno de Bolsonaro
Na semana passada, noticiamos que Magno Malta revelou a amigos acreditar que entrou na mira do STF e teme ser preso -- ele confirmou a informação, mas nega que esteja com medo...
Na semana passada, noticiamos que Magno Malta revelou a amigos acreditar que entrou na mira do STF e teme ser preso — ele confirmou a informação, mas nega que esteja com medo.
Leitores voltaram a se perguntar por que o ex-senador, que quase foi vice na chapa de Jair Bolsonaro, acabou sendo chutado do governo. O Antagonista conta.
Desde o início da pré-campanha, Bolsonaro apostava muito no voto dos evangélicos e, em razão disso, contava com o pastor Malta como vice — quando o PSL lançou Bolsonaro oficialmente como candidato, em cerimônia em um plenário da Câmara, Malta foi aclamado como vice e, já naquela ocasião, foi o responsável por puxar uma oração entre um discurso e outro.
Estava certo que o então senador do Espírito Santo seria o vice. Sua vaga estava consolidada na chapa.
Até que o próprio Malta desistiu. Ele fez cálculos políticos e jurava que seria reeleito senador (o que não se confirmou) — seu sonho era tentar a Presidência do Senado, com o apoio do governo recém-eleito e popularmente forte.
A desistência de Malta foi um baque muito forte na campanha. Aquela noite ficou conhecida como “a noite de agonia” — até chegarem ao nome de Hamilton Mourão, Bolsonaro e seus aliados quebraram a cabeça para pensar em um vice ideal (Janaina Paschoal e Luiz Philippe de Orleans e Bragança foram cortejados).
Para o núcleo duro da campanha, Malta não confiou na vitória de Bolsonaro e nunca foi perdoado por isso. Enquanto os mais próximos do então candidato ao Planalto ficavam ao seu lado na casa da Barra da Tijuca, no Rio, porém, Malta rodava o Brasil pedindo votos para o amigo capitão.
Veio a facada em Juiz de Fora e lá estava Malta ao lado do presidente, no leito do hospital, gravando vídeo com uma oração. No dia da apuração do segundo turno, com Bolsonaro eleito, Malta também apareceu com protagonismo fazendo suas preces públicas.
A partir dali, temendo que Malta conquistasse muito poder, o núcleo duro da campanha começou a aniquilar o ex-senador.
“A bateria foi fulminante. Destruíram o Magno Malta como pessoa para o presidente”, diz uma fonte da campanha.
Ainda assim, Bolsonaro cogitava colocar Malta como ministro da Cidadania ou da Família, mas, àquela altura, o capixaba já havia virado desafeto da família, dos militares e da ala ideológica. O presidente eleito, então, acabou decidindo manter Malta no banco, onde permanece até hoje.
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