Polícia prende funcionária envolvida no caso dos transplantados com HIV
Adriana Vargas dos Anjos era coordenadora técnica do laboratório PCS Lab Saleme
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu neste domingo, 20, Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do laboratório PCS Lab Saleme. Adriana estava foragida e é suspeita de envolvimento na emissão de laudos falsos que resultaram na contaminação por HIV de pacientes transplantados.
Ela foi apontada como a responsável por mudar o protocolo de checagem de antígenos, que deveria ser feito diariamente, mas passou a ser semanal para aumentar os lucros do laboratório.
Em depoimento na semana passada, Adriana afirmou que apenas supervisionava os técnicos e que nunca deu ordem para que o protocolo fosse semanal. A técnica foi contratada em janeiro de 2023, mesmo mês em que os testes foram fraudados.
A polícia também cumpriu um mandado de busca contra Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio do laboratório e primo do deputado federal e ex-secretário de Saúde do Rio, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, o Doutor Luizinho.
Deputado federal é sobrinho de sócio do laboratório
A relação familiar do ex-secretário de saúde do Rio e deputado federal Dr.Luizinho com dois sócios do PCS Lab Saleme, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira e Walter Vieira, primos e tio por afinidade, respectivamente, ficou exposta na semana passada.
O parlamentar comandou a pasta no período de janeiro a setembro de 2023, enquanto o contrato com o PCS Saleme foi assinado em dezembro do mesmo ano, logo após sua saída. O processo de contratação, porém, durou mais de três anos, passando pelo período em que Dr. Luizinho comandava a pasta. Ele nega todas as acusações.
Ministério da Saúde sabia do caso
A ministra da Saúde do governo Lula, Nísia Trindade, admitiu que sua pasta tinha conhecimento dos casos de infecção por HIV em transplantes de órgãos desde o dia 14 de setembro.
Nísia, porém, afirmou que não havia motivos para acionar a polícia antes de uma formalização da denúncia.
“Apenas quando se caracteriza suspeição de possível ação criminosa é que a polícia deve ser acionada. A partir do momento em que novos casos foram verificados, e que indícios começam a ser levantados, é que eu procurei a Polícia Federal, que é o papel que cabe a uma instância federal”, disse.
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