Polícia indicia autora de ataque antissemita na Bahia
A comerciante judia Herta Breslauer foi agredida por Ana Maria Leiva Blanco em uma loja de Arraial D'Ajuda, na Bahia, em 2 de fevereiro
A Polícia Civil de Porto Seguro, na Bahia, indiciou Ana Maria Leiva Blanco (foto) pelo ataque antissemita à comerciante judia Herta Breslauer, em Arraial D’Ajuda, cometido em 2 de fevereiro.
A agressora foi indiciada por todos os crimes requeridos pelos advogados Lilia Frankenthal e Jairo Glikson: injúria racial, dano qualificado com violência à pessoa, lesão corporal dolosa e ameaça, podendo a pena chegar a 10 anos de reclusão.
Os autos agora são encaminhados ao Ministério Público, para que o órgão ofereça a denúncia.
“Na noite do dia 02/02/2024, a investigada invadiu o estabelecimento comercial da vítima, quebrou bens móveis, ameaçou, tentou agredi-la fisicamente e proferiu ofensas de cunho racial, chamando-a de assassina de crianças e sionista, ofendendo a honra alheia mediante o uso de palavras depreciativas da etnia judia”, diz o relatório da Polícia Civil.
“As imagens captadas no interior da loja da vítima, bem como a própria confissão da autora e os depoimentos de testemunhas, não deixam dúvidas quanto à autoria e materialidade dos delitos supramencionados”, acrescenta.
“Muito importante as pessoas saberem que crimes assim não ficam impunes”, disse a advogada Lilia Frankenthal a O Antagonista.
O ataque antissemita
A comerciante judia Herta Breslauer foi agredida com um tapa no rosto por Ana Maria Leiva Blanco em uma loja de Arraial D’Ajuda, na Bahia, em 2 de fevereiro.
Segundo a advogada, a agressora e a vítima se conhecem há anos, mas pararam de se falar desde o início da ofensiva militar de Israel em resposta ao ataque terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023.
No vídeo que circula nas redes sociais é possível ver o momento em que a lojista foi chamada de “assassina de crianças”. A agressora avança então contra a comerciante.
“Sionista, assassina de crianças. Eu vou te pegar, maldita sionista”, disse a mulher na gravação. A agressora foi contida por um homem.
Após o ataque, Herta Breslauer foi a uma delegacia registrar boletim de ocorrência.
Agressão “repugnante” e “covarde”
Em nota, a Confederação Israelita do Brasil e a Sociedade Israelita da Bahia denunciaram a agressão “repugnante” e “covarde” e defenderam que o ataque seja investigado como crime de ódio.
“A Conib vem pedindo moderação e equilíbrio às nossas lideranças para não importarmos o trágico conflito em curso no Oriente Médio. O antissemitismo deve ser condenado por todos, e sua explosão nos últimos meses aqui no Brasil e no mundo é consequência de visões odiosas e distorcidas sobre Israel e judeus manifestados por personalidades e distribuídas pelas redes sociais. Isso precisa acabar para evitarmos consequências ainda mais graves”, afirmaram as entidades no comunicado.
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