Polícia Federal combate ‘Covidão’ em Roraima
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Vírion, com o objetivo de investigar suspeitos de integrarem uma organização criminosa que teria se formado durante a pandemia para fraudar licitações de produtos e serviços em Roraima...
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Vírion, com o objetivo de investigar suspeitos de integrarem uma organização criminosa que teria se formado durante a pandemia para fraudar licitações de produtos e serviços em Roraima.
As informações são da PF.
As contratações suspeitas de irregularidades envolveriam cerca de R$ 50 milhões, utilizados na aquisição de insumos médico-hospitalares básicos, respiradores, testes rápidos, material informativo impresso e leitos em hospitais particulares.
O inquérito policial aponta que um ex-secretário de saúde de Roraima, enquanto no cargo, teria se articulado com um deputado estadual e direcionado contratações para empresas integrantes do esquema, inclusive promovendo o rateio de percentuais de quanto seria direcionado a quais empresas.
Mais de 150 policiais federais, com apoio de servidores da CG, cumprem 36 mandados de busca e apreensão em oito estados e no Distrito Federal.
Os estados são: Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Roraima e Santa Catarina.
Os mandados foram expedidos pelo TRF-1.
Segundo o inquérito, o deputado estadual solicitaria a servidores que dessem andamento aos processos e pagamentos de seu interesse, inclusive cobrando pagamentos antecipados destinados às empresas do esquema. Um ex-deputado estadual também atuaria na organização.
As investigações sugerem que a organização criminosa se aproveitaria da possibilidade de contratações diretas, em razão da pandemia, para facilitar os crimes. Foi verificado que os procedimentos não seguiam ordem cronológica, de forma que processos mais antigos seriam preteridos em favor dos de interesse do grupo, e teriam o trâmite concentrado em um único setor da Secretaria de Saúde, sem transparência ou publicações.
A CGU, que tem auxiliado as investigações, identificou diversos indícios da prática de sobrepreço e de irregularidades nas contratações e nos pagamentos.
Também verificou falta de transparência na execução dos recursos federais destinados a Roraima, o que dificulta a fiscalização dos gastos.
As investigações seguem em andamento.
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