Polícia amplia área de buscas a fugitivos de penitenciária em Mossoró
Segundo a polícia, os dois criminosos que estão há 22 foragidos devem estar nas regiões próximas a penitenciária
As buscas pelos dois criminosos que escaparam da Penitenciária Federal em Mossoró (RN) já duram 22 dias. De acordo com informações das forças de segurança, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça ainda estão na região próxima à prisão, entre as cidades de Mossoró e Baraúna, que ficam a cerca de 35 quilômetros uma da outra.
No último domingo, 3, os fugitivos invadiram uma propriedade rural em Baraúna e agrediram um agricultor que estava sozinho no local. Segundo o depoimento do agricultor, cujo nome não foi divulgado por questões de segurança, Nascimento e Mendonça queriam saber se ele tinha comida, telefone celular e armas, levando alguns mantimentos antes de deixarem o local.
Após o depoimento do agricultor, as forças policiais intensificaram as buscas na zona rural de Baraúna. O temor é que os fugitivos se escondam nas extensas fazendas de banana, melão e melancia da região e se adentrem no Parque Nacional da Furna Feia.
Visitas ao parque foram suspensas
O Parque Nacional da Furna Feia, criado em 2012 e administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), abriga mais de 207 cavernas em seus mais de 8.500 hectares, além de outras 44 distribuídas pela zona de amortecimento ao redor do parque. Essa área é equivalente a aproximadamente um campo de futebol oficial.
As visitas ao parque foram suspensas desde que a fuga da Penitenciária Federal em Mossoró se tornou pública. O parque costuma receber grupos de estudantes do ensino médio e universitários para atividades pedagógicas e pesquisas acadêmicas sobre a caatinga, sítios arqueológicos e cavernas da região.
De acordo com Leonardo Brasil de Matos Nunes, gestor do parque, as atividades de gestão da unidade estão mantidas, mas as visitações foram suspensas por conta da presença de policiais na região. Ele também confirmou que as buscas policiais estão ocorrendo no interior do parque, mas não forneceu mais detalhes.
Dificuldades nas buscas
As equipes de busca estão enfrentando dificuldades devido à densa mata e às muitas cavernas presentes na área de caatinga. Para auxiliar nas buscas, estão sendo utilizados cães farejadores e drones com sensores térmicos.
Cerca de 600 agentes das polícias federal, rodoviária federal, Força Nacional e Força Penal Nacional, além de policiais dos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Goiás, estão envolvidos nos esforços para recapturar os fugitivos.
A Penitenciária Federal em Mossoró estava passando por uma reforma interna no momento da fuga. Investigações preliminares apontam que os presos utilizaram ferramentas encontradas dentro da prisão para abrir o buraco por onde escaparam de suas celas individuais no dia 14 de fevereiro. Já foram identificadas diversas falhas nos equipamentos de segurança, incluindo o sistema de monitoramento.
As autoridades estão realizando um processo administrativo e um inquérito da Polícia Federal para apurar as circunstâncias e responsabilidades pela fuga. A força-tarefa montada para capturar os fugitivos ainda não tem prazo para acabar, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A presença policial e de jornalistas na região tem impactado a rotina local, de acordo com o diretor do site Mossoró Hoje, Cezar Alves. O medo tem afetado as famílias, que estão indo dormir mais cedo com receio de invasões em suas casas. Além disso, há prejuízos econômicos, já que muitos agricultores estão com medo de trabalhar em suas plantações durante esse período chuvoso.
Alves também acredita que Nascimento e Mendonça estejam se aproveitando das características do Parque Nacional da Furna Feia para se esconderem enquanto aguardam uma oportunidade ou a desmobilização da força-tarefa. Ele questiona se a operação com helicópteros, centenas de agentes vindos de outras regiões, drones, cães e veículos é eficaz ou se seria melhor utilizar a inteligência policial.
Com informações da Agência Brasil
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