Planalto prevê ‘CPI longa’, aposta em ‘investigação ampla’ e na atuação de Ciro Nogueira
O Palácio do Planalto, sentindo o baque da CPI da Covid, está se preparando para uma comissão "longa". Inicialmente, uma CPI tem prazo de 90 dias de funcionamento, mas pode ir sendo renovada. A CPI das Fake News, por exemplo, ainda que parada na pandemia, foi criada em setembro de 2019 e ainda não se encerrou...
O Palácio do Planalto, sentindo o baque da CPI da Covid, está se preparando para uma comissão “longa”.
Inicialmente, uma CPI tem prazo de 90 dias de funcionamento, mas pode ir sendo renovada. A CPI das Fake News, por exemplo, ainda que parada na pandemia, foi criada em setembro de 2019 e ainda não se encerrou. Lideranças do governo já dizem, em reservado, que acreditam que a CPI da Covid ficará ativa pelo menos até o fim deste ano.
O governo federal sabe que será o alvo principal, ao menos na largada da CPI, mas aposta que “fatos conexos” possam tirar Jair Bolsonaro do foco, ao incluírem no bojo das investigações situações de estados e municípios. Há uma avaliação, ainda, de que, se forem fundo demais, os próprios congressistas poderão ser alcançados, uma vez que bilhões de reais de recursos federais saíram de Brasília na pandemia com a bênção de deputados e senadores.
Lideranças com experiência em CPIs afirmam que a da Covid não terá meio-termo: ou será “uma grande pizza” ou “fará um grande estrago em muita gente”. O jargão político, repetido à exaustão nesta semana, diz que “se sabe como começa, mas não como termina uma CPI”.
Com minoria na composição da comissão, o Planalto aposta praticamente todas as fichas na atuação de Ciro Nogueira, o senador piauiense que preside nacionalmente o PP e é um dos 11 titulares da CPI. O PP talvez seja o partido que mais ganhou no governo Bolsonaro, tendo abocanhado cargos estratégicos no segundo escalão da Esplanada e em autarquias e estatais estratégicas. Os mais próximos de Ciro acreditam que, como de costume, ele atuará mais nos bastidores do que em frente às câmeras, mas, “como sócio-majoritário” do governo federal, sendo chamado, inclusive, de “filho 05” de Bolsonaro, fará de tudo para blindar o presidente.
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