Planalto avalia que Maia pautou MP do auxílio emergencial para fazer aceno à oposição
Luiz Eduardo Ramos e Ricardo Barros se articularam desde cedo nesta sexta (18) para evitar que a Câmara aprovasse a medida provisória que prorrogou o auxílio emergencial até dezembro, com parcelas de R$ 300...
Luiz Eduardo Ramos e Ricardo Barros se articularam desde cedo nesta sexta (18) para evitar que a Câmara aprovasse a medida provisória que prorrogou o auxílio emergencial até dezembro, com parcelas de R$ 300.
Enquanto ambos tentavam conversar com Rodrigo Maia, o líder do governo na Câmara reunia a base para preparar uma obstrução.
O Antagonista apurou que, no Planalto, a avaliação era que a MP não seria votada. O relator, Marcelo Aro (PP), foi definido na noite de ontem, e o parecer não estava pronto até o início da sessão da Câmara.
O receio principal era com o aceno que Maia fazia à oposição, que tem obstruído a pauta da Câmara há dois meses, em uma tentativa de votar a MP e estender o auxílio emergencial para 2021.
Com o governo travando a votação, ficaria exposto o esforço do Planalto para evitar mudanças no coronavoucher. Deixar a MP caducar era a estratégia do governo desde o início, como antecipamos, já que medida só perde a validade em 2021 — depois do pagamento de todas as parcelas.
Após a MP sair da pauta, o Planalto passou a avaliar se o relator concluirá ainda hoje seu parecer. A suspeita é que Maia faça uma nova jogada e paute a votação da medida provisória para segunda (21), apesar de não haver movimentos que indiquem essa manobra.
Toda a discussão se iniciou após Jair Bolsonaro dizer ontem, em live, que Maia era o culpado por não haver 13º do Bolsa Família este ano. O presidente citou uma medida provisória editada no ano passado, liberando o pagamento da parcela extra em 2019, para acusar o mandatário da Câmara.
Maia reagiu, chamando Bolsonaro de “mentiroso”. Como mostramos, foi o próprio governo que, nos bastidores, moveu sua base no início do ano para esvaziar a Câmara e evitar que o relator da MP do Bolsa Família, Randolfe Rodrigues, fizesse mudanças que custassem caro aos cofres públicos.
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