PL questiona voto pró-Moro do presidente do TRE-PR
No recurso, a legenda de Valdemar Costa Neto alegou que o magistrado só poderia votar para desfazer empates; Sigurd Roberto Bengtsson votou quando o placar era de quatro votos a dois a favor de Moro
Ao recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que absolveu o senador Sergio Moro (União-PR), o PL, partido de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para desconsiderar o voto Sigurd Roberto Bengtsson, presidente do TRE-PR, registrou O Globo.
No recurso, a legenda alegou que o magistrado só poderia votar para desfazer empates, entendendo que o presidente da Corte não poderia ter votado já que o placar era de quatro votos a dois pró-Moro quando Bengtsson votou.
Se o pedido do PL for atendido, a análise do caso feita pelo desembargador para absolver Moro será ignorada.
Por que o presidente do TRE-PR votou no caso Moro
Apesar de não ser obrigado a votar, já que Sergio Moro havia sido absolvido por maioria de votos, o presidente do TRE-PR, Sigurd Roberto Bengtsson, afirmou que votaria para seguir um precedente do TSE, a quem o PL apresentou recurso.
“Vou seguir um precedente do Tribunal Superior Eleitoral, que anulou um julgamento do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, no qual o presidente não expôs o voto. Então, entendo que, neste tipo de demanda, que pode importar em perda de mandato, há precedentes que exigem que o presidente vote. Então, também irei expor meu voto amanhã”, afirmou Bengtsson um dia antes do encerramento do julgamento.
A absolvição de Moro
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) absolveu o senador Sergio Moro (União-PR) no processo de cassação de mandato por abuso de poder econômico. O placar foi de 5 desembargadores eleitorais contra dois indicados de Lula, como resumiu Felipe Moura Brasil.
Apenas José Rodrigo Sade e Lucio Jacob Junior, ambos escolhidos pelo petista para participar do julgamento, acataram as alegações de PT e PL de que o ex-juiz da Lava Jato cometeu abuso de poder econômico por ter se apresentado como pré-candidato ao Palácio do Planalto e ao Senado por São Paulo antes de se eleger senador pelo Paraná.
O placar escancarou aquilo que se sabe desde que Moro se candidatou: o mundo político, e em especial os petistas, que falam tanto em amor, não perdoaram — e provavelmente nunca vão perdoar — o ex-juiz pela Operação Lava Jato.
Acusação
Seus acusadores fingem outras motivações, mas, antes mesmo de o placar cristalizar a realidade, a razão essencial transparecia nas próprias acusações, como destacou o relator do caso, Luciano Carrasco Falavinha. Moro foi acusado até de caixa 2, algo que nem os indicados por Lula ousaram endossar ao votar pela cassação.
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