PL que equipara aborto a homicídio: “Colégio de líderes errou”, reconhece Lira
Após a repercussão negativa do texto, Lira resolveu instituir um grupo que vai debater melhor a proposta
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na manhã desta sexta-feira, 19, que o colégio de líderes da Casa errou ao não ter se atentado para as eventuais repercussões negativas do Projeto de Lei que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio.
“O colégio [de líderes] errou quando não viu o resto do projeto e o resto do projeto foi que deu uma versão horrenda a uma discussão que todos nós temos aversão”, disse o parlamentar.
Após a repercussão negativa do texto, Lira resolveu instituir um grupo que vai debater melhor a proposta. A escolha dos membros e o início dos trabalhos do colegiado vão ocorrer na retomada do recesso legislativo, em agosto.
“Para não se impor uma visão que às vezes não é correta, se recuou, se colocou e se colocará uma relatora mulher equilibrada, nem de um lado nem de outro, com várias discussões, audiências públicas, seminários, congressos, conduzidos pela bancada feminina a respeito da assistolia [fetal], não do que nós temos de legislação para aborto, porque isso não passa no Congresso”, acrescentou Lira.
Essa não foi a primeira vez que Lira criticou a condução da proposta pelo colégio de líderes da Câmara.
No início de julho, o presidente da Casa declarou, em entrevista a jornalistas após a 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, grupo que reúne os presidentes de parlamentos dos países do G20, que a discussão sobre o tema foi “mal conduzida”.
“Não teria a Câmara votado de forma simbólica e unânime se fosse para tratar de aborto. Isso foi uma pauta mal conduzida com relação às versões que saem, principalmente as versões publicadas”, disse Lira.
O presidente da Câmara tem reforçado que a proposta não afeta os direitos já adquiridos pelas mulheres, apesar do PL endurecer a pena pelo crime de aborto no país.
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