Em um contexto de investigações que envolvem figuras proeminentes da política brasileira, o Partido Liberal (PL) decidiu não se manifestar por ocasião do 8 de janeiro.

O partido, sob a liderança de Valdemar Costa Neto, enfrenta um momento delicado, uma vez que sua cúpula foi recentemente indiciada pela Polícia Federal no inquérito relacionado aos eventos de 2023, onde houve invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

Até o momento, não há planos para que o PL realize qualquer ação em defesa da anistia dos indivíduos que se encontram detidos em decorrência dos atos violentos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

Das 741 pessoas implicadas nos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, 265 já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes relacionados à invasão e destruição de patrimônio público.

Lula convoca para o 8 de janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou membros da cúpula do Congresso Nacional para uma cerimônia que relembrará os dois anos da invasão e vandalismo nas sedes dos Três Poderes, ocorrido em 8 de janeiro de 2023.

Estão convidados o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ambos com mandatos até o início de 2025, além dos potenciais sucessores: o senador Davi Alcolumbre (União Brasil – AP) e o deputado Hugo Motta (Republicanos – PB).

Ainda em fase de definição, o formato do evento visa dar sobrevida à narrativa do governo sobre a defesa da democracia brasileira.

No ano passado, quando se completou um ano dos ataques às sedes dos Três Poderes, o governo organizou um ato no Congresso com um forte viés político.

Contudo, o presidente da Câmara e líderes partidários optaram por não comparecer, acreditando que a cerimônia servisse como um palanque para a administração petista criticar opositores. Há expectativas de que Lira participe desta nova solenidade.

Estreitar relações

O convite também reflete a estratégia de Lula em estreitar relações com Alcolumbre e Motta, que assumirão a liderança das Casas Legislativas durante a segunda metade do seu mandato.

Nos próximos dois anos, embora existam poucos projetos prioritários no Congresso – como a reforma da renda –, o governo busca manter uma boa relação com os líderes parlamentares para barrar iniciativas da oposição.