O entorno da deputada Caroline de Toni (PL-SC), que preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJC), dá como certa a aprovação do projeto de lei que anistia presos do 8 de janeiro, nesta terça-feira, 29. A reunião deliberativa terá início às 14h30.

Interlocutores da presidência da Comissão afirmaram a este portal que a oposição ao governo Lula na CCJ já contou votos e que são poucas as chances de uma reversão de cenário no colegiado.

A base governista não pode mais pedir vista e nem apresentar requerimento de retirada de pauta sobre o projeto relatado por Rodrigo Valadares (União-SE). Sem poder usar o chamado kit obstrução, a base petista ficou com pouca margem de manobra na Comissão.

Ao longo da tramitação do Pl da Anistia no colegiado, Caroline de Toni foi acusada de atuar com ‘parcialidade‘ por defender a aprovação da matéria. Em entrevista a O Antagonista, ela defendeu a ‘necessidade’ de avanço da propositura.

“Muito se critica o regime militar. Hoje a gente vive o regime judicial no Brasil. Então, o Congresso Nacional tem que dar essas respostas para que a gente retome a liberdade de expressão”, defendeu.

A primeira tentativa de votar a anistia na CCJ foi marcada por um debate polarizado entre base lulista e oposição. A presidente do colegiado acusou líderes do governo de tramarem para impedir a realização da audiência. “Sabemos da estratégia para derrubar a reunião. E o povo clama por anistia“, declarou De Toni.

Na mesma ocasião, a votação foi interrompida pela abertura da ordem do dia no plenário da Casa Baixa. Líderes da Câmara dos Deputados afirmam que o projeto faz parte das negociações entre o presidente Arthur Lira (PP-AL) e a base bolsonarista com foco na sucessão do parlamentar alagoano.

Nesta segunda-feira,28, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que procuraria Lira para tratar do assunto.

“O que eu vou pedir para o Arthur [Lira, presidente da Câmara dos Deputados] hoje? Para ele tocar o processo da anistia que está na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania]”, disse à Globo News.