Pix em pedágios: Concessionárias avaliam como inviável
As concessionárias argumentam que a adoção do Pix em larga escala pode causar lentidão nas filas de pedágio
O Ministério dos Transportes publicou uma portaria determinando que as praças de pedágio das rodovias federais deverão oferecer, a partir de junho deste ano, opções de pagamento em Pix e cartões de débito e crédito. No entanto, as concessionárias estão preocupadas com os desafios técnicos, principalmente em relação ao Pix, o que pode limitar a efetividade da medida.
Atualmente, apenas três das 174 praças de pedágio das 26 concessões de rodovias federais do país já aceitam pagamento por Pix, todas localizadas na BR-163. Já o pagamento com cartões de débito e crédito é mais difundido, sendo aceito por 85% das concessionárias associadas à Associação Brasileira de Concessionária de Rodovias (ABCR).
De acordo com matéria do Estadão, no entanto, o Pix apresenta desafios práticos, como a conexão com redes de internet e telefonia. Em algumas praças localizadas em regiões rurais, o sinal é limitado ou inexistente. Além disso, é necessário que tanto o operador da praça quanto o motorista estejam conectados à internet para realizar a transação. O ministro dos Transportes, Renan Filho, sugeriu a possibilidade de disponibilizar sinal de Wi-Fi nas praças de pedágio para os motoristas que optarem pelo pagamento com Pix, mas essa infraestrutura não está prevista nos contratos atuais das concessões.
O que dizem as concessionárias
As concessionárias argumentam que a adoção do Pix em larga escala pode causar lentidão nas filas de pedágio, já que o motorista precisa se conectar à internet, abrir o aplicativo e confirmar a transação. No entanto, especialistas acreditam que os usuários podem adotar métodos mais rápidos, como as tags de pagamento automático, que são oferecidas por empresas parceiras das concessionárias.
As tags funcionam por meio de um adesivo de QR Code colocado no para-brisa do veículo, que é reconhecido automaticamente nas cabines de pedágio. Além de agilizar o processo de pagamento, as tags também trazem benefícios como maior segurança viária, economia de tempo e combustível, e redução das emissões de CO2.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ainda não se pronunciou sobre a cobrança de pedágio pelo pagamento instantâneo, mas informou que está trabalhando para cumprir os prazos estabelecidos na portaria e que as normas serão divulgadas amplamente quando concluídas.
As concessionárias estão levantando as necessidades técnicas e regulatórias para a adoção do Pix nos pedágios e responderão à ANTT dentro do prazo solicitado. O diretor-presidente da ABCR, Marco Aurélio Barcelos, afirmou que o Ministério dos Transportes cumpriu seu papel ao incentivar a adoção do Pix nas rodovias e que agora é necessário avaliar os meios técnicos para tornar isso realidade.
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