Piti de Bolsonaro com Zambelli revela mágoa de 2022
Entorno do ex-presidente diz que ele não perdoou "episódio da pistola" envolvendo a deputada na reta final da campanha presidencial
Sobrou para a deputada Carla Zambelli (PL-SP) “uma bronca” do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o episódio do “caminhão paralelo”, que despertou a fúria da cúpula do bolsonarismo, posicionada no trio elétrico que concentrava a programação principal do ato na Avenida Paulista, durante o 7 de setembro.
Circula, entre deputados bolsonaristas, uma mensagem enviada por lista de transmissão, do número do ex-presidente com a seguinte reprimenda: “Carla Zambelli, para a surpresa de ninguém, é uma das responsáveis pelo carro de som que atrapalhou os discursos”.
O carro de som em questão foi colocado na Paulista pelo comentarista político Marco Antonio Costa e “abrigou” parlamentares que não foram autorizados a estar no mesmo carro que Bolsonaro.
A mágoa
A avaliação de deputados dos PL é que “o peso do bronca” de Bolsonaro recaiu sobre Zambelli porque o ex-presidente não perdoou o caso em que a parlamentar sacou uma arma e apontou para um homem no meio da rua, em Jardins, área nobre da grande São Paulo. Ela atravessou a alameda Lorena, e perseguiu o homem, em direção ao bar onde ele havia se abrigado.
O episódio, para apoiadores de Bolsonaro, foi um dos motivos pelos quais o ex-presidente foi derrotado nas urnas em 2022. “Ela está bastante triste com esse print, pois na fala dela defendeu bastante o Bolsonaro. Na verdade Bolsonaro não perdoou ainda o caso da pistola“, disse um dos parlamentares, em off a O Antagonista.
Perguntado sobre eventuais mudanças no relacionamento entre a família Bolsonaro e a parlamentar, que sob o manto do bolsonarismo, foi a mulher mais votada do Brasil em 2022, o parlamentar confirma: “esfriou bastante”.
Desde que passou a protagonizar episódios polêmicos, como a perseguição na paulista e a vinculação com o hacker de Araraquara, Walter Delgatti, famoso por ter participado na “Vaza-Jato”, Zambelli sofre isolamento da cúpula de seu partido.
Há um ano, em declaração à imprensa Bolsonaro comentou o distanciamento da parlamentar. “Estive com ela antes das eleições. Nunca mais estive com ela, nem atendi telefonema dela. Vamos ver o que acontece disso, com esse hacker que tem um passado rico. Não tenho nada contra a Carla Zambelli. Eu me recolhi desde o segundo turno das eleições, não falo com quase ninguém”, comentou sobre a aliada.
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