PGR: Wilson Lima supervisionou ‘fabricação’ de processo de compra de respiradores; leia as mensagens
A denúncia da PGR contra Wilson Lima e mais 17 pessoas, por desvios de R$ 2,1 milhões na compra de respiradores, traz diversas trocas de mensagens entre os envolvidos. Algumas delas confirmam, segundo Lindôra Araújo, que o governador do Amazonas "supervisionou toda a montagem" do processo de dispensa de licitação...
A denúncia da PGR contra Wilson Lima e mais 17 pessoas, por desvios de R$ 2,1 milhões na compra de respiradores, traz diversas trocas de mensagens entre os envolvidos.
Algumas delas confirmam, segundo Lindôra Araújo, que o governador do Amazonas “supervisionou toda a montagem” do processo de dispensa de licitação, 16 dias após o pagamento à empresa fornecedora — uma loja de vinhos de um empresário que coordenou sua campanha ao governo estadual.
A Vineria Adega (FJAP e Cia Ltda) recebeu, em 8 de abril do ano passado, R$ 2.976.000,00 na venda de 28 ventiladores pulmonares para a Secretaria de Saúde (Susam).
Em conversa de WhatsApp, no dia 24 de abril, Wilson combina com o então secretário-executivo da pasta, João Paulo Marques dos Santos, a assinatura de documentos do processo para envio ao Tribunal de Contas do Estado, que fiscalizava a contratação.
Ele tenta até conseguir que uma ex-auxiliar chamada Dayana de Sousa, que já havia sido exonerada, assinasse os papéis de forma retroativa. Como ela se recusou, há suspeita de que João Paulo falsificou sua assinatura.
Veja as mensagens:
Wilson Lima: “No aguardo dos docs”
João Paulo: “Ok. Correndo atrás aqui, governador. Vamos responder todos. Alguns pedindo mais prazo por conta dos documentos não estarem prontos para apresentação aos órgãos. Mas todos serão respondidos hoje”
Wilson Lima: “Aguardando. Documentos foram encaminhados ao TCE?”
João Paulo: “Ainda não doutor. Pegando assinaturas com gestores. Estou retirando os documentos dela. Que são possíveis e assinando no lugar dela”
Wilson Lima: “Ítalo não pode assinar não.”
Para a PGR, as mensagens provam o crime de tentativa de embaraçar as investigações sobre organização criminosa, comandada pelo próprio governador comandava e que direcionou a o contrato para a empresa de vinhos.
“WILSON MIRANDA LIMA, na condição de gestor, supervisiona toda a “montagem” do procedimento licitatório (feito a posteriori) que gerou o contrato fraudulento feito em favor da VINERIA ADEGA. Na ocasião, ele possuía a ciência, bem como o controle da situação, de que o processo ainda estava sendo “arrumado”, tanto é que ele sugere/questiona para JOÃO PAULO se um outro servidor da Secretaria de Saúde, de nome “Ítalo”, poderia assinar parte dos documentos que ainda estavam sendo confeccionados, com data retroativa, no lugar da DAYANA MEJIA, na medida em que, naquele período, órgãos de controle estavam solicitando cópia do citado procedimento objeto da investigação”, escreveu a subprocudora Lindôra Araújo na denúncia.
Abaixo, prints da troca de mensagens:
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