PGR solicita mais informações ao STF sobre inquérito das joias
A PF solicitou, em julho, o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito da PF sobre as joias sauditas
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta sexta-feira, 23, ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de mais documentos sobre o inquérito das joias. A PF solicitou, em julho, o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.
Após isso, o relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, enviou o relatório final à PGR, que decidirá se apresenta ou não uma denúncia. Ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que retomará a análise do relatório “após o envio dos documentos e das informações faltantes”.
No documento, o PGR pede que sejam apresentados mais documentos, incluindo laudos sobre as peças comercializadas. Gonet declarou que “documentos importantes, mencionados e parcialmente transcritos no relatório conclusivo das investigações, ainda não foram juntados em sua integralidade ao processo”, e que é essencial que a PGR “tenha acesso à íntegra de todos os elementos informativos” antes de decidir sobre uma eventual denúncia.
Relembre o caso das joias sauditas
As suspeitas vieram à tona em março de 2023, a partir de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo.
Entre outras informações, o jornal revelou que a Receita Federal reteve, em 2021, um estojo feminino com joias Chopard que teria sido enviado pelo governo da Arábia Saudita à primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No mesmo mês, a PF abriu um inquérito para apurar a movimentação das joias.
O estojo estava na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que havia voltado de uma viagem oficial à Arábia Saudita. O assessor não declarou os bens ao chegar ao Brasil.
Depois desse caso, a polícia passou a investigar também a movimentação de um kit masculino da Chopard (incluindo caneta, anel, abotoaduras, rosário árabe e relógio); dois relógios (um da marca suíça Rolex, acompanhado por joias, e outro da marca suíça Patek Philippe) e duas esculturas folheadas a ouro.
Em abril, Jair Bolsonaro e Mauro Cesar Barbosa Cid já haviam prestado depoimento à PF sobre as joias. Em 11 de agosto, em outra etapa da investigação, a PF conduziu a operação Lucas 12:2, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Leia a lista completa de indiciados:
Bento Albuquerque
Fábio Wajngarten
Frederick Wassef
Jair Messias Bolsonaro
José Roberto Bueno Júnior
Júlio César Vieira Gomes
Marcelo da Silva Vieira
Marcelo Câmara
Marcos Andrade dos Santos Soeiro
Mauro Cid
Mauro Lourena Cid
Osmar Crivelati
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