PGR não quis prender nem afastar Wilson Lima, apesar da corrupção no Amazonas
Para tentar livrar Jair Bolsonaro de responsabilidade na crise do Amazonas, os bolsonaristas agora cobram da Justiça o afastamento do governador Wilson Lima (PSC), investigado pela compra superfaturada de respiradores. Se não fossem hipócritas, cobrariam da PGR, uma vez que foi a subprocuradora Lindôra Araújo, braço-direito de Augusto Aras, que não concordou com o pedido de prisão de Lima feito pela Polícia Federal em junho do ano passado...
Para tentar livrar Jair Bolsonaro de responsabilidade na crise do Amazonas, os bolsonaristas agora cobram da Justiça o afastamento do governador Wilson Lima (PSC), investigado pela compra superfaturada de respiradores.
Se não fossem hipócritas, cobrariam da PGR, uma vez que foi a subprocuradora Lindôra Araújo, braço-direito de Augusto Aras, que não concordou com o pedido de prisão de Lima feito pela Polícia Federal em junho do ano passado.
Em manifestação sigilosa ao ministro Francisco Falcão, obtida por O Antagonista, Lindôra alegou que bastavam as prisões dos demais investigados para “resguardar os interesses da investigação, sem interferir, ainda que episódica e excepcionalmente, no exercício do mandato pelo chefe do Executivo”.
Mesmo com o avanço das investigações mostrando a participação direta de Wilson Lima no esquema criminoso, a subprocuradora não achou necessário pedir o afastamento do governador, até então um aliado de Jair Bolsonaro e anfitrião de Eduardo e Flávio em Manaus.
Lindôra chegou a escrever, em desdobramento da operação em outubro, que havia uma “verdadeira organização criminosa” instalada “na estrutura do governo do estado do Amazonas, com o objetivo de desviar recursos públicos destinados a atender às necessidades da pandemia da Covid-19”.
E que “os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governador do estado do Amazonas, o qual detém o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão, no bojo das quais atos ilícitos têm sido praticados”.
A corrupção mata, o bolsonarismo também.
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