PF quer saber quem vazou mensagens da Vaza Toga
Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, foi intimado a depor sobre o vazamento de mensagens
A Polícia Federal intimou nesta quarta-feira, 21, Eduardo Tagliaferro (à esquerda na foto), ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE, a depor sobre o vazamento de mensagens de WhatsApp que indicou o uso “fora do rito” da Corte Eleitoral pelo ministro Alexandre de Moraes para avançar o inquérito das fake news no STF, escândalo batizado por O Antagonista de Vaza Toga.
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O depoimento foi marcado para quinta-feira, 22, às 11h, na Superintendência da PF em São Paulo. Segundo o Uol, a esposa e o cunhado de Tagliaferro também receberam intimações.
O inquérito foi aberto a pedido de Moraes.
Tagliaferro foi exonerado da assessoria especial do TSE em 9 de maio de 2023 após ser preso por violência doméstica.
A Vaza Toga
Mensagens de texto de assessores de Moraes indicam o uso “fora do rito” do TSE para avançar o inquérito das fake news no STF, diz reportagem da Folha de S. Paulo publicada em 13 de agosto.
Segundo o jornal, o setor de combate à desinformação do TSE forneceu material ao gabinete de Moraes no STF.
“As mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano”, diz o jornal.
As trocas de informação ocorriam pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.
De acordo com a reportagem, o “maior volume de mensagens com pedidos informais” envolveu Tagliaferro e o “assessor mais próximo de Moraes no STF”, o juiz instrutor Airton Vieira.
“As mensagens mostram que Airton Vieira (STF) pedia informalmente via WhatsApp ao funcionário do TSE relatórios específicos contra aliados de Jair Bolsonaro (PL). Esses documentos eram enviados da Justiça Eleitoral para o inquérito das fake news, no STF.”
O jornal afirma ter acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos de assessores de Moraes, incluindo Vieira, que é o primeiro auxiliar do gabinete do ministro no Supremo.
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Gonet blinda Moraes
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, arquivou a notícia-crime apresentada pelo partido Novo sobre o ministro Alexandre de Moraes, do STF, por falsidade ideológica e formação de quadrilha no escândalo da Vaza Toga.
Ao negar o pedido de investigação, Gonet, que é ex-sócio de Gilmar Mendes e contou com o apoio de Moraes para ser indicado ao cargo, alegou não haver evidências de que o magistrado, o juiz auxiliar Airton Vieira e Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da assessoria de combate à desinformação do TSE, infringiram a lei.
“Os documentos confeccionados e encaminhados, afinal, se limitavam a reproduzir e a documentar o teor de conteúdo publicado em redes sociais por perfis que tentavam abalar a credibilidade das instituições eleitorais perante a sociedade brasileira”, afirmou Gonet.
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