PF: primeira-dama de João Pessoa dava gratificação por apoio de facções
Lauremília Lucena, esposa do prefeito Cícero Lucena, foi presa em operação que investiga aliciamento violento de eleitores
Diálogos interceptados pela Polícia Federal indicam que Lauremília Lucena (à direita na foto), primeira-dama de João Pessoa, presa no sábado, 28, seria responsável por incluir gratificações para pessoas ligadas a uma facção criminosa.
A prisão de Lauremília Lucena, esposa do prefeito Cícero Lucena (PP), ocorreu no âmbito da terceira fase da Operação Território Livre, que investiga o envolvimento de facções criminosas na eleição da capital paraibana e o aliciamento violento de eleitores.
A conclusão sobre as gratificações consta em relatório feito após análise de diálogos mantidos pelo conselheiro tutelar Josevaldo Gomes, ligado à facção Nova Okaida.
“A gratificação quem bota é LAUREMÍLIA”, diz Josevaldo em referência à primeira-dama de João Pessoa.
Ainda de acordo com o relatório da PF, Lauremília Lucena “parece ser a pessoa de interlocução e decisão quando o assunto é resolução de demandas relacionadas aos cargos e contratações de pessoal da Secretaria de Ciência e Tecnologia”.
Segundo as investigações, o esquema incluía os chefes de facção David Sena e Keny Rogeus. A primeira-dama teria feito acordos com os criminosos em busca de apoio ao prefeito nos territórios em que eles têm controle.
A defesa de Cícero Lucena
A defesa de Cícero Lucena respondeu em nota que ele e sua família eram alvos de “perseguição política”:
“O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, foi alvo de mais uma ataque covarde e brutal, ardilosamente arquitetado por seus adversários às vésperas da eleição, envolvendo sua família”;“Lauremília não teme as investigações e, na justiça, demonstrará que é vítima de uma grave perseguição política, orquestrada pelos adversários de Cícero, que claramente utilizam sua influência para esse fim. Trata-se de uma prisão política.”
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