PF prende vereadora do PSB, aliada do prefeito de João Pessoa
A vereadora do PSB, Raíssa Lacerda, foi presa na manhã desta quinta-feira, 19 de setembro, pela Polícia Federal, em nova fase da operação Território Livre, que investiga o envolvimento de facções criminosas na eleição de João Pessoa
A vereadora do PSB, Raíssa Lacerda, foi presa na manhã desta quinta-feira, 19 de setembro, pela Polícia Federal, em nova fase da operação Território Livre, que investiga o envolvimento de facções criminosas na eleição de João Pessoa e o aliciamento violento de eleitores.
Raíssa Lacerda é candidata à reeleição e aliada do prefeito Cícero Lucena (PP), de quem foi secretária municipal de Cidadania e Direitos Humanos.
Além da vereadora, também foram presas Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, Taciana Batista do Nascimento e Kaline Neres do Nascimento Rodrigues. A reportagem não tem informações quem são os responsáveis pelas suas defesas.
As investigações apontam que Pollyanna seria uma das responsáveis por determinar quem deve ser votado no São José, bairro da periferia de João Pessoa que está no centro das suspeitas sobre aliciamento de eleitores. Taciana, por sua vez, seria o braço-direito de Pollyana e elo para exercer influência na comunidade. Já Kaline seria articuladora de Raíssa Lacerda no Alto do Mateus e teria ligação com uma facção criminosa que domina o bairro, atuando para coagir os eleitores a votarem em determinados candidatos.
Operação Território Livre
A primeira fase da operação Território Livre foi deflagrada na semana passada e cumpriu três mandados de busca e apreensão no bairro São José.
Foram apreendidos na operação R$ 35 mil em dinheiro, celulares, documentos com dados pessoais de diversas pessoas que não moravam no local da busca, além de contracheques de funcionários da prefeitura.
Operação Mandare
Em maio, a Operação Mandare, também liderada pela Polícia Federal, investigou a relação entre a prefeitura e uma facção local que atua no tráfico de drogas. Na época, foram realizadas buscas na casa da secretária-executiva de Saúde, Janine Lucena, que é filha do prefeito Cícero Lucena (PP).
Uma troca de mensagens atribuída a um líder da facção e Janine Lucena sugere um acordo que inclui a troca de cargos por acesso a comunidades comandadas pelo crime.
As investigações ganharam o centro do debate eleitoral na capital paraibana. Opositores acusam a gestão do prefeito e candidato à reeleição Cícero Lucena de ter relação com o crime organizado.
PT e PL
Na quarta-feira, 11 de setembro, o candidato do PT, Luciano Cartaxo, juntou-se ao candidato do Podemos, Ruy Carneiro, e ao candidato do PL, Marcelo Queiroga, para responsabilizar o prefeito Cícero Lucena por questões relativas à influência do crime organizado nas eleições municipais na capital.
Juntos, os três candidatos a prefeito de João Pessoa se uniram e protocolaram na Justiça Eleitoral um pedido de presença de tropas federais na capital Paraibana para garantir a campanha e as eleições. Eles afirmam terem sido barrados em atividades de campanha em algumas comunidades.
Depois do episódio, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), pediu à Polícia Federal que fornecesse escolta ao deputado Ruy Carneiro.
Cícero Lucena se defende atacando
Na sexta-feira,13 de setembro, o prefeito Cícero Lucena denunciou atuação contra ele de uma “milícia digital.” Em nota, o prefeito defendeu eleições limpas e acusou os adversários de atuarem para macular a sua imagem e se unirem em “um festival de preconceito, mentiras e ataques às instituições”.
Ele declarou que vai acatar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba sobre uma possível atuação de tropas federais em João Pessoa, mas lamentou a atitude dos adversários, dizendo que eles estavam unidos em um posicionamento antagônico às tradições democráticas da Paraíba:
“Mais uma vez nossos adversários tentam manchar minha imagem e, pior, a imagem da nossa cidade. João Pessoa é morada de um povo pacífico e ordeiro, uma terra de gente de bem, onde todas as eleições sempre foram tranquilas”, afirmou o atual prefeito e candidato à reeleição.
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