PF faz operação sobre o caso das joias e atinge Wassef e pai de Mauro Cid
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta sexta-feira (11), quatro mandados de busca e apreensão contra uma suposta associação criminosa...
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta sexta-feira (11), quatro mandados de busca e apreensão contra uma suposta associação criminosa que usou a estrutura do Estado brasileiro para enriquecimento pessoal ilícito.
A operação, batizada Lucas 12:2, integra o inquérito das milícias digitais e foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Dentre os alvos, está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro; seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid; e Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.
O quarto alvo é o tenente Osmar Crivelatti, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Brasília, um em São Paulo e o último em Niterói, no Rio de Janeiro. Houve cumprimento de um mandado de busca e apreensão na vila militar da capital federal.
Os investigados são suspeitos de crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Há a suspeita de que eles teriam envolvimento em um esquema para vender pelo menos parte das joias sauditas que foram recebidas pela Presidência da República na gestão Bolsonaro, após entraram ilegalmente no Brasil em 2019 com comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Eles teriam usado contas bancárias irregulares para ocultar a origem do dinheiro, assim como a localização e os valores dos bens adquiridos.
Nesta semana, em investigação da CPMI do 8 de janeiro, vieram à tona e-mails em que Mauro Cid cotou o valor de joias recebidas pela Presidência da República após viagens internacionais de Jair Bolsonaro e seu staff.
Cid descreve um relógio Rolex como “um presente recebido durante uma viagem oficial” e pede US$ 60 mil, equivalente a quase R$ 300 mil na cotação atual.
A CPMI teve acesso a uma resposta de uma compradora enviada em 6 de junho de 2022. Na mesma data, documentos apontam que houve a liberação de um Rolex do acervo privado do então presidente Bolsonaro.
Como revelado pelo Estado de S. Paulo em março, uma comissão encabeçada pelo então ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, tentou entrar ilegalmente no Brasil no final de 2019 com joias vindas da Arábia Saudita.
Sabe-se a existência de pelo menos três pacote de joias. Nenhum deles entrou legalmente no Brasil visto que a comitiva não declarou nenhum dos bens à Receita Federal quando pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos — eles precisavam ser declarados, independentemente de serem presentes oficiais da Presidência ou itens de caráter personalíssimo.
O terceiro kit incluía um Rolex de ouro branco, cravejado de diamantes e chegou ao acervo pessoal de Bolsonaro. O ex-presidente devolveu o kit à Caixa Econômica Federal em abril.
A PF acredita que Cid pai tenha conseguido vender pelo menos parte das joias e Wassef as teria recomprado para devolver ao Estado brasileiro.
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