PF diz se preparar para ‘eventuais reflexos’ da eleição na Venezuela
Diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, afirmou que monitora a situação na fronteira, mas não quis comentar ameaças de Maduro
O diretor-geral da Polícia Federal brasileira, Andrei Rodrigues (foto), disse nesta sexta-feira, 26 de julho, que há um planejamento para agir na fronteira com a Venezuela, caso seja necessário, durante as eleições no país vizinho.
“Estamos monitorando a situação no local. Nossa equipe de inteligência está atuando, e o efetivo da Operação Acolhida [está] alerta, inclusive para eventual aumento do fluxo [de imigração]”, disse o diretor da PF à Coluna do Estadão.
Previsto para este domingo, 28, o pleito venezuelano já está marcado pela proibição de candidaturas de oposição e de veículos críticos à ditadura de Nicolás Maduro.
Pessoas credenciadas como observadores não estão tendo acesso a locais de votação, e um avião com ex-presidentes da América Latina críticos ao regime foi impedido de pousar em Caracas.
‘Temas internos da Venezuela’
Questionado pelo jornal paulistano, Andrei Rodrigues não quis comentar a ameaça de Maduro de que haverá um “banho de sangue” caso ele seja derrotado nas eleições.
“Nós somos Polícia Judiciária do Brasil, estamos nos preparando para eventuais reflexos aqui. Temas internos da Venezuela não me competem analisar”, declarou o diretor-geral da PF.
Há grande risco de que uma eventual guerra civil no país vizinho provoque problemas na fronteira com o Brasil, principalmente em Roraima.
“São várias camadas, inclusive em relação à soberania e proteção de fronteiras, papel da Defesa também. Em relação à imigração e demais ações eventuais da Polícia Federal, temos um planejamento pronto”, declarou Rodrigues.
Fechamento da fronteira
Uma ordem do ditador venezuelano fechou a fronteira do país com o Brasil em Pacaraima (RR). Fontes ouvidas pelo Estadão, porém, afirmam que é possível atravessar a fronteira por meio dos chamados “caminhos verdes”.
A pedido do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), o Ministério da Justiça prorrogou a atuação da Força Nacional em Pacaraima e na capital, Boa Vista, no último dia 12 de julho.
Os governos estadual e federal alegam que a medida não foi tomada em razão das eleições venezuelanas e houve apenas uma coincidência de datas.
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