Na manhã desta quinta-feira, 5 de setembro de 2024, a Polícia Federal desencadeou a Operação Viking, mirando uma vasta organização criminosa que traficava drogas tanto dentro do Brasil quanto para a Europa. A iniciativa envolveu cerca de 120 policiais federais e colaboração da Guarda Civil Espanhola.

Ao todo, a operação executou nove mandados de prisão preventiva e 38 de busca e apreensão em estados como Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco e na Espanha. Além disso, foram ordenadas medidas de sequestro de bens avaliados em aproximadamente R$ 7,2 milhões e bloqueio de ativos financeiros totalizando até R$ 20 milhões por investigado.

Estratégias Sofisticadas de Tráfico Internacional

Com apoio da Receita Federal, Europol, Guarda Civil Espanhola e Polícia Nacional da Croácia, as investigações desmantelaram uma complexa rede logística. A estrutura abrangia desde a preparação e transporte das drogas até o envio de carregamentos de cocaína para o exterior, com destaque para o modal marítimo.

Como a Quadrilha Operava nos Portos?

Principais destinos da droga incluíam portos europeus, com o Porto de Paranaguá (PR) sendo um dos principais pontos de operação. As técnicas de exportação incluíam:

• Contaminação de contêineres (método rip/on-rip/off).

• Ocultação em cargas legítimas (rip/on na carga).

• Transporte em navios e barcos de pesca.

• Uso de mergulhadores para esconder drogas em compartimentos submersos nos navios.

Foram apreendidas mais de 3 toneladas de cocaína relacionadas às ações do grupo ao longo das investigações, evidenciando a escala de suas operações.

Como eram Aplicados os Lucros do Tráfico?

Os lucros ilícitos eram reinvestidos para fortalecer a estrutura logística e operacional da organização. A rede criminosa comprava barcos, empresas e imóveis, além de armas e munições para reforçar seu poder de fogo e capacidade de intimidação contra outros grupos.

As investigações também mostraram que os líderes utilizavam inúmeras técnicas para esconder a origem ilícita de seus lucros e construir um patrimônio milionário com base nos crimes cometidos.

Consequências Legais para os Investigados

Os indivíduos investigados enfrentarão acusações de participação em organização criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, com penas que podem alcançar até 50 anos de reclusão. Eles também serão acusados de lavagem de dinheiro, o que pode resultar em penas adicionais de até 10 anos de prisão.

O Significado do Nome “Operação Viking”

A operação foi batizada como “Viking” em alusão ao uso predominante do transporte marítimo pela quadrilha para enviar drogas para a Europa. O nome faz referência aos Vikings, conhecidos por suas expedições marítimas na Idade Média em busca de riquezas.

A Operação Viking, conduzida pela Polícia Federal em conjunto com a Guarda Civil Espanhola, representa um marco no combate ao narcotráfico, evidenciando a importância da cooperação internacional para desarticular redes criminosas altamente organizadas.