PF busca amenizar crise com Polícia Civil em caso Marielle
O superintendente da PF afirmou que não haverá perseguições na Polícia Civil e que os trabalhos em parceria seguirão
Diante da à crise deflagrada entre a Polícia Federal e a Polícia Civil do Rio de Janeiro devido ao relatório final do caso Marielle, o superintendente da corporação fluminense, Leandro Almada, entrou em campo para tentar amenizar os ânimos.
De acordo com reportagem do O Globo, em uma reunião convocada pelo chefe da PF do Rio e realizada nesta quinta-feira, 28, com o secretário de Polícia Civil, Marcos Vinícius Amim, e a cúpula do órgão, Almada hasteou a bandeira branca. O superintendente afirmou que não haverá perseguições na Polícia Civil e que os trabalhos em parceria seguirão, inclusive aqueles que vierem de Brasília.
Almada pontuou ainda, segundo relatos dos presentes, que a PF comunicou sobre a operação do caso Marielle no sábado à noite e destacou que a Polícia Civil acompanhou as buscas em alguns endereços do delegado Rivaldo Barbosa. Rivaldo, ex-chefe do órgão, foi preso sob acusação de planejar o crime contra Marielle Franco, sendo apontado pela PF como mandante juntamente com os irmãos Brazão.
Crise entre as corporações
A crise entre as instituições se instaurou com a prisão de Rivaldo. Os delegados da Polícia Civil do Rio têm levantado dúvidas em relação à acusação de que ele teria planejado o assassinato da vereadora.
No ofício enviado na quarta-feira, 27, pelo chefe da PF ao secretário de Polícia Civil para pedir a agenda de hoje, Almada adotou um tom amigável e agradeceu “o constante apoio institucional da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro”. Ele também reiterou a “reciprocidade por parte da Superintendência da Polícia Federal, tanto no intercâmbio de informações de inteligência como no apoio em operações policiais”.
PF e MP do RJ em crise após relatório sobre caso Marielle Franco
A divulgação do relatório da Polícia Federal (PF) sobre o caso Marielle Franco causou uma crise entre a equipe responsável pela investigação e membros do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Em nota divulgada, nesta quinta-feira, 28, o MP-RJ afirmou que não poupará esforços para enfrentar as tentativas de desqualificar o trabalho realizado por suas estruturas.
O texto da nota não faz críticas diretas à PF, mas busca refutar as alegações ventiladas a partir do relatório da corporação. No entanto, o comunicado reflete o desconforto de diferentes promotores que estiveram envolvidos no caso em relação ao documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Queixa do MP
No último domingo, 24, a PF prendeu o deputado Chiquinho Brazão e seu irmão, Domingos, sob suspeita de encomendar a morte da vereadora, além do delegado Rivaldo Barbosa, acusado de ajudar a planejar e obstruir a investigação do crime.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a principal queixa dos membros do MP-RJ diz respeito ao fato de o relatório da PF apontar a resistência à federalização da investigação logo após o crime como forma de dificultar a apuração. O ex-procurador-geral de Justiça Eduardo Gussem é um dos membros mencionados no relatório, que afirma que ele se juntou ao delegado Rivaldo Barbosa para recusar a entrada da PF no caso logo após o crime.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)